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Suposto esquema de desvio envolveu campeão de jiu-jítsu, laranja e associação sem sede

A Operação Armlock cumpriu nesta quinta-feira (11/5) 30 mandados de busca e apreensão em secretarias do DF

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Operação
1 de 1 Operação - Foto: Breno Esaki/Metrópoles

O grupo investigado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) por possíveis fraudes em repasses de secretarias de Estado do DF para eventos esportivos era composto por um faixa preta campeão de jiu-jítsu, um laranja e uma associação sem sede física.

A Operação Armlock cumpriu nesta quinta-feira (11/5) 30 mandados de busca e apreensão na Secretaria de Esporte e Lazer, no 10º andar do anexo do Palácio do Buriti, onde funciona a Secretaria de Fazenda, e em endereços em Águas Claras e em Goiânia (GO). Outras secretarias também são investigadas no suposto esquema. As pastas não se posicionaram até a última atualização desta reportagem. O espaço segue aberto.

Iniciada em 2021, a investigação apura um esquema que simulava eventos esportivos que jamais ocorriam, mas cujo dinheiro era empenhado.

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Operação começou na manhã desta quinta-feira (11/5)
A ação investiga crimes de uso de documento falso, corrupção ativa e passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro
Esquema simulava eventos esportivos que jamais ocorriam, mas cujo dinheiro era empenhado
O principal alvo da Operação Armlock é o presidente da Federação Brasiliense de Jiu-Jítsu
Iniciada em 2021, a investigação apura um esquema que simulava eventos esportivos que jamais ocorriam
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Polícia Civil do Distrito Federal faz busca e apreensão no 10° andar do anexo do Buriti

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Operação começou na manhã desta quinta-feira (11/5)

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A ação investiga crimes de uso de documento falso, corrupção ativa e passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro

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Esquema simulava eventos esportivos que jamais ocorriam, mas cujo dinheiro era empenhado

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O principal alvo da Operação Armlock é o presidente da Federação Brasiliense de Jiu-Jítsu

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Iniciada em 2021, a investigação apura um esquema que simulava eventos esportivos que jamais ocorriam

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As apurações apontam para a utilização da associação — em tese, sem fins lucrativos

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Outras pessoas físicas e jurídicas privadas atuaram no esquema

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O principal alvo foi Francisco Santoro, conhecido como Kiko, Subsecretário de Saúde Física para o Servidor Público da Secretaria de Fazenda e presidente da Federação Brasiliense de Jiu-Jítsu (FBJJD). Faixa preta na arte marcial, ele foi campeão brasileiro, sul-americano e mundial e é funcionário comissionado da Secretaria de Economia do DF e integrante do Conselho de Administração do Fundo de Apoio ao Esporte (Confae). O Metrópoles não conseguiu contato com o investigado. O espaço segue aberto.

A ação é fruto de aprofundadas investigações desenvolvidas após comunicação remetida pelo Ministério Público de Contas (MPC) sobre aumento considerável do número de termos de fomento firmados entre secretarias do DF com entidades sem fins lucrativos. A investigação do MP aponta que, entre junho de 2021 e fevereiro de 2022, foram repassados a Organizações da Sociedade Civil, por meio de parcerias, cerca de R$ 137,4 milhões. Desse total, R$ 841.398,92 foram destinados à Secretaria de Esportes. Ainda não se sabe, porém, o quanto desse montante geral (R$ 137,4 milhões) teria sido desviado.

Destas organizações, uma que chamou a atenção foi a Associação Centro-Oeste de Jiu-Jítsu (Cojj). A entidade, com sede e dirigentes fixados na cidade de Goiânia (GO), nem sequer tinha estrutura física declarada, mas, a pretexto da realização de campeonatos de artes marciais no Distrito Federal, recebeu boa parte da verba pública. Houve constatação, ainda, da não comprovação da execução de qualquer um dos projetos acordados.

As apurações apontam para a utilização da associação, em tese sem fins lucrativos, como fachada para que os recursos públicos fossem desviados em favor dos investigados e para eventos de cunho privados promovidos pela FBJJD e por seu presidente, Kiko.

Os investigadores verificaram elementos que indicam uso, por parte de Francisco Santoro, de acesso facilitado aos bastidores da Secretaria de Esporte e Lazer (SEL) decorrente do cargo de integrante do Conselho de Administração do Fundo de Apoio ao Esporte (Confae). As ações teriam permitido o encaminhamento e a concretização de parcerias entre a secretaria e a Cojj.

Outras pessoas físicas e jurídicas privadas atuaram no esquema, segundo as investigações; entre elas, Juliano Leiro Silva, que figura como “laranja” no registro da FBJJD, e Rodrigo de Castro Ribeiro, presidente da Cojj. Morador de Goiânia, Ribeiro tem estreitos laços com Kiko e com a FBJJD, chegando a registrar em rede social ser “diretor de eventos da FBJJD”. A reportagem não localizou Silva nem Ribeiro. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.

A ação investiga crimes de uso de documento falso, corrupção ativa e passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Outro lado

Em nota, a Federação Brasiliense de Jiu-Jítsu Desportivo nega as acusações. “Foram oito eventos realizados de 2021 a 2022, e todos com total lisura e transparência”, afirmou, acrescentando terem sido gastos, em todos eles, R$ 1,2 milhão (média de R$ 150 mil por evento).

A entidade acrescenta que “é total absurdo e fora de cogitação” a afirmação de que os eventos jamais ocorriam. “Testemunhas de atletas, professores e muitas outras comprovações temos sobre as realizações dos oito eventos”.

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