Stalking: inconformado com nota, aluno persegue professores e vira alvo da PF
Suspeito exigia ter notas modificadas e aumentava gradativamente o teor das ameaças, enviadas por e-mail e mensagens no WhatsApp
atualizado
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Um ex-aluno do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), do campus Jaboatão dos Guararapes, foi proibido de se aproximar dos ex-professores, por determinação da 36ª Vara da Justiça Federal no estado.
A representação partiu da Polícia Federal (PF). O estudante ameaçou dois professores da instituição de ensino, e os fatos levaram ao desligamento do suspeito, efetivado após processo administrativo.
O pedido de medida cautelar se deu com base nas investigações da PF iniciadas em janeiro de 2023. A corporação apurou suposta prática do crime de perseguição, conhecido como stalking, cuja pena prevê de seis meses a dois anos de detenção, além de multa.
Os professores relataram à PF que o aluno teria proferido ameaças contra a integridade física deles, motivadas por suposta insatisfação com o resultado das atividades no curso em que estava matriculado.
Irresignado com o próprio desempenho, o suspeito exigia ter a nota modificada e aumentava gradativamente o teor das ameaças, enviadas por e-mail, bem como mensagens de áudio e texto via WhatsApp. Interrogado pela PF, o investigado confessou as condutas e disse sofrer de transtornos psiquiátricos.
A medida cautelar proíbe o aluno de manter contato com as vítimas por qualquer meio — seja fisicamente, por e-mail ou aplicativo de mensagem — e o obriga a manter distância mínima de 500 metros do IFPE Jaboatão, assim como de locais onde estejam os professores.
A PF reforçou que, caso haja descumprimento da medida, a ação será comunicada à Justiça, para avaliação da imposição de novas medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica ou até substituição por prisão preventiva.