Servidor que levou jovem do DF ao Ceará recebia auxílio irregular
Além de funcionário público municipal, o autor é empresário envolvido com produção de eventos e não tem direito ao pagamento
atualizado
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Servidor municipal de Massapê (CE), município a cerca de 250 km de Fortaleza, Joscelio Vieira da Luz, 34 anos, preso por convencer uma adolescente de 13 anos, moradora do Distrito Federal, a viajar para o Ceará, recebeu auxílio emergencial disponibilizado pelo governo federal.
O benefício é exclusivo para brasileiros de baixa renda e desempregados. O Metrópoles apurou que foram efetuadas duas transferências no valor de R$ 150, cada, em abril e maio deste ano. O pagamento, entretanto, foi cancelado em junho, provavelmente porque o recebimento irregular foi identificado pela prefeitura.
Além de ser servidor público, Joscelio Luz é um empresário envolvido com a produção de eventos. O homem usava as redes sociais para divulgar a empresa dele, a In9ve Eventos.
A fuga da menina brasiliense está em investigação pela Polícia Civil do Distrito Federal e pela Polícia Civil do Ceará.
Conforme o Metrópoles revelou, a menina foi resgatada, e o acusado, preso na quinta-feira (11/11), em Massapê. Os investigadores ainda trabalham para esclarecer o episódio.
Veja fotos do acusado:
Segundo a família da menina, que mora em Samambaia Sul, o acusado se aproximou dela pela internet, dizendo ser um jovem de 15 anos chamado Maurício Gomes Chagas, morador do Maranhão. De acordo com familiares, a vítima dizia aos responsáveis que ele era um adolescente.
Os parentes narraram ao Metrópoles que, certo dia, a vítima marcou o encontro com o acusado em uma estação do metrô do DF. Tainá estava acompanhada da mãe, que, a distância, monitorou os dois. Na ocasião, a família acreditou se tratar de um jovem por causa do porte físico do empresário.
“Ele é baixinho, com boa aparência, se veste bem. Enganava qualquer um. Usava boné e tinha cara de menino. Foi um susto para a gente”, revelou o padrasto da menina, o pintor José Emerson Santana Loureiro, 41. Após o encontro, fingindo ser um adolescente, o acusado continuou a manter contato com Tainá.
Desaparecimento
Em 5 de novembro, no dia do sumiço, a menina saiu de casa dizendo que iria para escola e chegou a enviar um SMS confirmando que teria chegado ao destino. “Estou em aula”, dizia o texto. Como ela não voltou para casa, a família buscou notícias no colégio.
No mesmo dia do desaparecimento, o acusado teria entrado em contato pelo WhatsApp com a mãe da garota e demonstrado surpresa ao saber que ela estava sumida. Às 18h12, enviou uma mensagem à adolescente perguntando se estaria dormindo, porque tentava falar com ela. Durante a conversa, ainda pontuou: “Tô preocupado”.
O embarque da garota para o Ceará é um mistério. Familiares não entendem em quais circunstâncias ela conseguiu entrar em um avião e viajar. Existe a suspeita de que ela estaria sendo monitorada – pelo acusado ou por outra pessoa – até chegar ao aeroporto.
A Polícia Civil do Ceará investiga se a garota do DF sofreu abuso sexual. A adolescente continua no estado cearense e deve voltar para casa na próxima semana. Por enquanto, ela está sob cuidados dos investigadores e do Conselho Tutelar.