Saiba quem são os servidores espiões da Abin presos nesta 6ª feira
Polícia Federal apura uso indevido por servidores da Abin do sistema de geolocalização de celulares sem autorização da Justiça
atualizado
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Os servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) presos durante a Operação Última Milha, na manhã desta sexta-feira (20/10), são Rodrigo Colli, profissional da área de Contrainteligência Cibernética do órgão, e o oficial de Inteligência Eduardo Arthur Izycki.
A Polícia Federal (PF) deflagrou a operação nesta manhã, para investigar o uso indevido por servidores da Abin do sistema de geolocalização de celulares sem autorização da Justiça.
Além das duas prisões, os agentes cumpriram 25 mandados de busca e apreensão, bem como medidas cautelares diversas, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.
PF prende servidores da Abin que espionavam celulares ilegalmente
Entre os alvos que teriam sido monitorados, estão jornalistas, políticos e adversários da gestão de Jair Bolsonaro (PL).
As equipes também investigam a atuação de dois servidores da Abin que respondiam a processo administrativo disciplinar, com risco de perderem o emprego. Eles teriam se aproveitado do conhecimento sobre o uso indevido do sistema como meio de coerção indireta para evitar a demissão, segundo as investigações.
Os alvos podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa, assim como interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.
Em nota divulgada nesta sexta, a Abin informou que o software de espionagem investigado pela Polícia Federal deixou de ser utilizado em maio de 2021 e que desde fevereiro deste ano há uma investigação interna sobre irregularidades no uso desse programa. Informações colhidas nessa sindicância foram compartilhadas com a PF e o STF, segundo a agência de inteligência. Além disso, os afastamentos temporários de servidores determinados pela justiça foram cumpridos.
FirstMile
Os servidores alvo da Operação Última Milha usavam um programa chamado FirstMile (“primeira milha”, em tradução livre do inglês) para espionar celulares ilegalmente.
O que é o FirstMile, software usado pela Abin para monitorar celulares
A ferramenta permite o monitoramento de até 10 mil celulares a cada 12 meses. Além disso, a ferramenta cria históricos de deslocamento e alertas em tempo real da movimentação dos aparelhos cadastrados.
O sistema de geolocalização usado pela Abin é um software intrusivo na infraestrutura crítica de telefonia brasileira, segundo as investigações. A rede teria sido invadida diversas vezes, com uso do serviço comprado com recursos públicos.
Com informações da Agência Brasil