Saiba quem são os líderes do CV que decretaram a morte de fugitivos
Fugitivos Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento queriam matar líderes do CV para criar uma nova facção no Acre
atualizado
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Fugindo das autoridades policiais em Mossoró (RN) desde a última quarta-feira (14/2), os criminosos Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento lidam com outra ameaça. Como a coluna Na Mira revelou, a dupla está jurada de morte pelos líderes do Comando Vermelho (CV) no Acre, estado de origem dos fugitivos.
A determinação, segundo investigações, partiu das lideranças Railan Silva dos Santos e Selmir da Silva Almeida Melo, atualmente custodiados na Penitenciária Federal em Mossoró – de onde Rogério e Deibson escaparam.
Em setembro de 2023, a dupla havia sido transferida para o complexo de segurança máxima, em Mossoró, com outros 12 criminosos, inclusive Railan e Selmir. A Secretaria de Segurança Pública do Acre (Sejusp-AC) informou que os 14 detentos estavam diretamente envolvidos com a rebelião no Presídio Estadual Antônio Amaro Alves, em 26 de julho de 2023.
À época, o massacre durou 24 horas e terminou com cinco presos mortos – três dos quais ainda foram decapitados. A rebelião começou depois que presos do CV invadiram a ala de rivais das facções B13 e Primeiro Comando da Capital (PCC). Os detentos estavam fortemente armados com fuzis, pistolas e bombas de gás.
Railan liderou as negociações com um rádio comunicador, e a movimentação dos policiais era acompanhada por meio das câmeras do presídio. Na ocasião, Deibson e Rogério teriam tentado executar os líderes do CV para fundar uma nova facção. O plano acabou frustrado, e ambos foram expulsos e jurados de morte.
Sem apoio
As informações, confirmadas por fontes ligadas à investigação, reforçam a hipótese inicial de que a dupla estaria escondida na mata desde a fuga histórica de uma prisão de segurança máxima, na última quarta-feira (14/2) e sem apoio das lideranças do CV.
Ainda segundo as fontes ouvidas pela coluna Na Mira, “como ex-integrante do Comando Vermelho, a dupla não teria apoio de outras organizações criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), facção originariamente paulista, ou o Sindicato do Crime, criado no Rio Grande do Norte, pois esse tipo de traição não é aceita em qualquer tipo de facção”.
Sétimo dia de buscas
Nesta terça-feira (20/2), a caçada aos detentos que fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró chegou ao sétimo dia. Ao todo, 600 policiais atuam nas buscas.
As atividades se concentram em um raio de, aproximadamente, 15km da penitenciária. Nessa segunda-feira (19/2), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, autorizou o emprego da Força Nacional, após pedido do diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues. A força-tarefa terá, assim, reforço de 100 servidores e 20 carros dessa corporação.