Saiba quem é Xita, faccionado que lavava dinheiro do Comboio do Cão
Bruno da Silva Santarém Ataides, o Xita, era o grande “lavador” de dinheiro do Comboio do Cão. Ele já estava preso desde junho deste ano
atualizado
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Investigadores da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) identificaram o faccionado do Comboio do Cão (CDC) responsável por operar um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro e fraudes financeiras por meio de empresas fantasmas. Suspeito de atirar mais de 30 vezes contra um homem em Taguatinga, Bruno da Silva Santarém Ataides, o Xita (foto em destaque), era o grande “lavador” de dinheiro da facção.
Xita está preso desde junho deste ano, mas teve um novo mandado de prisão expedido pela Justiça após ser identificado como operador do esquema, no âmbito da Operação Fittizia, deflagrada nesta quinta-feira (28/11). Nove pessoas foram presas até a última atualização desta reportagem.
O negócio criminoso envolvia a criação de empresas fictícias utilizadas para ocultar e movimentar recursos provenientes de atividades ilícitas, dificultando o rastreamento de sua origem.
A Operação Fittizia cumpre 14 mandados de prisão cautelar e 14 mandados de busca e apreensão. As medidas judiciais foram executadas nas regiões de Ceilândia, Taguatinga e Vicente Pires, bem como nos municípios de Padre Bernardo (GO) e João Pessoa (PB). Além disso, foram cumpridos mandados de sequestro de imóveis e bloqueio de valores ilícitos.
Prisão
O faccionado foi preso em 11 de junho deste ano pela Polícia Militar, durante uma abordagem de rotina, na Avenida Hélio Prates, em Taguatinga. O criminoso é suspeito de atirar mais de 30 vezes contra um homem em Taguatinga, em outubro de 2020.
Durante atividades de rotina na área, os militares abordaram o motorista de um carro. No veículo, estavam Bruno e uma mulher. Após a ordem de que os dois apresentassem documentos, o suspeito entregou uma identidade com nome de João Carlos Borges.
Os PMs analisaram o documento e constataram que era falso. Em seguida, perguntaram se o suspeito seria Bruno da Silva Santarém Ataides, mas o ocupante do veículo permaneceu em silêncio.
O homem acabou levado à 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul), onde foi confirmada a identidade dele e cumprido o mandado de prisão em aberto. Bruno também foi indiciado por uso de documento falso.
O carro que o suspeito dirigia, inclusive, tinha débitos em aberto desde 2022, referentes a taxas de licenciamento, e foi levado para um dos pátios do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF).
Relembre o crime
Em 13 de outubro de 2020, Bruno e outro suspeito assassinaram a vítima em uma lanchonete na Praça do DI, em Taguatinga Norte. Outras duas pessoas ficaram gravemente feridas.
Testemunhas relataram ao Metrópoles que o homicídio ocorreu de forma brutal: “Uma execução dessas é algo inédito aqui na Praça do DI. Foi à queima-roupa”, contou uma pessoa entrevistada à época, que pediu para não ter o nome divulgado.
Um comerciante disse ter ouvido mais de 30 disparos na data. “Eu almoçava dentro [de um restaurante] e achei que [o som] fosse um estouro de moto. Depois, o barulho continuou. Então, corremos para nos esconder. Achei que fosse o pessoal estourando bombinha, porque fazem isso direto por aqui. Depois, veio um segundo ‘pá’ e se iniciou uma sequência”, detalhou.
A operação integra o esforço conjunto da Operação Renorcrim, iniciativa nacional articulada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), por meio da Coordenação-Geral de Operações Integradas e Combate ao Crime Organizado (CGOI), no âmbito da Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento às Organizações Criminosas (Renorcrim).