Saiba quem é um dos líderes do Comboio do Cão preso pela PCDF
Luiz Rocha é integrante da “velha guarda” do Comboio do Cão. Ele é acusado de duplo homicídio cometido em 13 de maio, em Samambaia Sul
atualizado
Compartilhar notícia
Luiz Gonzaga da Rocha, conhecido como Juninho, 36 anos, é um dos principais integrantes da facção brasiliense Comboio do Cão (CDC) preso pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). A prisão ocorreu na praia de Pirangi do Norte, no município de Parnamirim (RN), em outubro deste ano, mas só foi divulgada nesta terça-feira (28/11), no âmbito da Operação Shot Caller.
Luiz Gonzaga, apontado como um dos líderes e integrante da “velha guarda” do CDC, é acusado por um duplo homicídio cometido em 13 de maio último, em Samambaia Sul. O crime foi registrado por câmeras de segurança. As vítimas eram dois homens, com 29 e 31 anos, que conversavam com amigos por volta das 7h, em frente ao Golden Park Hotel e à Boate Dubai Show.
No momento da prisão, Luiz estava em uma casa de alto padrão, com três homens e quatro mulheres. Ao ser abordado, o criminoso chegou a apresentar documento falso, em nome de Márcio Antônio Júnior.
Operação Shot Caller
Na manhã desta terça-feira (28/11), cerca de 250 policiais cumprem 22 mandados de prisão temporária e 35 de busca e apreensão, no Distrito Federal e no Entorno.
As medidas judiciais se deram no âmbito da Operação Shot Caller, com cumprimento nas seguintes regiões: Ceilândia, Planaltina (DF), Riacho Fundo 2, Santa Maria, Varjão, Vila Planalto, além de cidades do Entorno, como Formosa (GO), Luziânia (GO) e Planaltina de Goiás.
As equipes também cumpriram mandado de sequestro de imóvel comprado pela facção criminosa com dinheiro ilícito.
Comboio do Cão
De origem local, a facção é considerada responsável por uma série de crimes em diversas regiões administrativas do Distrito Federal, sobretudo delitos violentos, em contexto de “guerra” pelo controle de territórios e pontos de venda de drogas, além de roubos e tráfico de armas de fogo.
Em 30 de abril de 2021, a PCDF prendeu uma pessoa considerada a principal liderança e uma das fundadoras do grupo. A prisão ocorreu na cidade de Paranhos (MS), na fronteira com o Paraguai.
Cabeças
O objetivo da Operação Shot Caller é prender integrantes da facção que substituíram esse líder nas ruas, bem como criminosos responsáveis pelo controle da parte financeira do CDC. Com isso, os policiais pretendem dar um golpe em direção ao esvaziamento da organização criminosa.
A operação contou com apoio das divisões Operações Especiais (DOE) e de Operações Aéreas (DOA) da PCDF, bem como das diretorias Penitenciária de Operações Especiais (DPOE), e de Inteligência Penitenciária (DIP), da Secretaria de Administração Penitenciária (Seape), além das delegacias regionais de Formosa (GO) e de Luziânia (GO), vinculadas à Polícia Civil de Goiás (PCGO).
Nas investigações, que contaram equipe do Núcleo de Controle e Fiscalização do Sistema Prisional (Nupri) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), os policiais identificaram um complexo empreendimento delitivo que envolvia ações logísticas de tráfico de drogas e armamentos de fogo provenientes de regiões fronteiriças do país, bem como mecanismos de lavagem de dinheiro por meio de contas em nomes de terceiros — “laranjas” —, além de outras formas de pagamentos ocultos.
Os investigados poderão responder na Justiça por integrarem organização criminosa armada, bem como pelos crimes de lavagem de capitais, tráfico de drogas e venda ilegal de armas de fogo.