Saiba quem é o influencer Renato Cariani, investigado por tráfico
Influenciador e educador físico ganhou as redes sociais ao dar dicas de emagrecimento e fazer projetos fitness com artistas e atletas
atualizado
Compartilhar notícia
Um dos principais alvos da Operação Hinsberg, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta terça-feira (12/12), Renato Cariani, 47 anos, é um dos mais importantes influenciadores fitness do país. Ele coleciona mais de 7 milhões de seguidores no Instagram e 6 milhões no YouTube.
Investigadores da PF cumpriram mandados de busca e apreensão na casa e nas empresas de Cariani. A suspeita é de que o influencer participe de esquema voltado ao desvio de produtos químicos para produção de drogas.
O influenciador e educador físico ganhou as redes sociais ao dar dicas de emagrecimento e fazer projetos fitness com atletas e personalidades da televisão brasileira, como Danilo Gentilli e MC Daniel.
Formado em química, Cariani diz que sofreu bullying na adolescência e decidiu dedicar a vida à atividade física. Em 2020, o influenciador digital chegou a ganhar prêmios em modalidades do fisiculturismo.
O investigado também figura como sócio da Anidrol, indústria química na Grande São Paulo e principal investigada da Operação Hinsberg.
Esquema ilegal
Mais de 70 policiais federais cumprem 18 mandados de busca e apreensão, em endereços de São Paulo, de Minas Gerais e do Paraná.
As investigações revelaram que o esquema envolvia a emissão fraudulenta de notas fiscais por empresas licenciadas para vender produtos químicos em São Paulo, por meio de “laranjas” — que faziam depósitos em espécie como se fossem funcionários de grandes multinacionais — e vítimas que figuraram como compradoras.
As apurações identificaram 60 transações dissimuladas e vinculadas à atuação da organização criminosa, que totalizaram em cerca de 12 toneladas de produtos químicos — fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila. A combinação corresponde a mais de 19 toneladas de cocaína e crack prontas para consumo.
Além disso, os envolvidos teriam usado diversas metodologias, segundo as investigações, para ocultar e dissimular a procedência ilícita dos valores recebidos, com uso de pessoas interpostas e empresas fictícias.
Operação
Os investigados devem responder pelos crimes de tráfico equiparado, associação para fins de tráfico e lavagem de dinheiro. Juntas, as penas podem passar dos 35 anos de reclusão.
O nome da operação faz alusão a Oscar Hinsberg, químico que percebeu a possibilidade de converter compostos químicos em fenacetina — principal insumo desviado por meio do esquema.