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Saiba quem é Juraci Tesoura de Ouro, empresário preso por fraude no DF

O empreendedor é suspeito de encabeçar uma organização criminosa especializada na lavagem de dinheiro e sonegação de impostos

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Juraci Pessoa de Carvalho, 63 anos
1 de 1 Juraci Pessoa de Carvalho, 63 anos - Foto: Reprodução

Empresário e candidato a deputado federal nas últimas eleições, Juraci Pessoa de Carvalho (foto em destaque), 63 anos, foi preso pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), na manhã desta quinta-feira (11/4), em uma academia no Sudoeste, área nobre da capital federal. Ele é suspeito de encabeçar uma organização criminosa especializada na lavagem de dinheiro e sonegação de impostos, provocando um rombo de R$ 45.061.267,01 aos cofres do Governo do Distrito Federal. A ação foi batizada de Operação Sarto e mobilizou cerca de 120 policiais.

Natural de Icó, no Ceará, Juraci, conhecido como “Tesoura de Ouro” por conta da sua rede de lojas no Distrito Federal, se candidatou ao cargo de deputado federal, em 2018, pelo Republicanos. À época, ele já respondia a ações na Justiça por sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Ainda candidato, alegou ter R$ 5,3 milhões em espécie.

Também em 2018, um dos postos de combustíveis do investigado foi fechado em Águas Claras. Durante a greve dos caminhoneiros, a empresa cobrou R$ 9,99 pelo litro de gasolina comum. O local foi lacrado após decisão judicial favorável à BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras e autora da ação judicial contra o dono do estabelecimento por descumprimento de cláusulas contratuais.

Em 2022, tentou, novamente, pleitear a vaga de deputado federal, pelo mesmo partido, e declarou R$ 4.428.682,30 em bens. Apesar dos pesados investimentos em propaganda eleitoral, Juraci não foi eleito.

Operação Sarto

No total, foram cumpridos 26 mandados de busca e apreensão e um de prisão temporária em empresas e residências de investigados nas regiões administrativas de Sudoeste, Águas Claras, Vicente Pires, Núcleo Bandeirante, Taguatinga, Recanto das Emas, Ceilândia além de Planaltina de Goiás e Cidade Ocidental.

A investigação revelou que um grupo empresarial se utilizou de ao menos 123 empresas fictícias ou de fachada para emissão de notas fiscais fraudulentas com o intuito de supressão de tributos distritais, bem como para circulação de dinheiro proveniente de ilícitos tributários.

Essas empresas de fachada, que orbitavam e se vinculavam às empresas existentes do grupo, tinham seus quadros societários constituídos por “laranjas” com padrões de vida simples, comumente funcionários.

“Vale destacar que, em relação a um único funcionário, que tinha a função de motorista, foram identificados 47 CNPJs vinculados a seu nome”, informou a PCDF.

Segundo a polícia, a utilização de “laranjas” nos contratos sociais das empresas de fachada tem o intuito de blindar os reais proprietários do grupo que se beneficiam da supressão dos tributos, bem como da constituição de crédito fiscal “podre”, isto é, não realizando o pagamento dos impostos devidos.

Por meio de contas bancárias vinculadas ao emaranhado de CNPJs de empresas em nomes de “laranjas”, as quantias decorrentes da sonegação fiscal eram fracionadas e movimentadas para dificultar o rastreamento e a detecção dos valores ilícitos.

O outro lado

O dono do Grupo Tesoura de Ouro, Juraci Pessoa de Carvalho, disse, em nota, que a empresa “é reconhecida como uma das maiores contribuintes de ICMS do Distrito Federal” e que não é ré na ação penal. Leia o posicionamento do empresário na íntegra:

A respeito de informações que circulam na imprensa sobre supostas irregularidades fiscais e criminais relacionadas a empresa Tesoura de Ouro, funcionários, prestadores de serviços que estariam vinculados à terceiras empresas, à mim e a alguns integrantes da minha família, eu esclareço o seguinte:

O Grupo Tesoura de Ouro é uma empresa sólida com sócios definidos há mais de trinta anos, sendo reconhecida pela Sefaz como uma das maiores contribuintes de ICMS do Distrito Federal.

A empresa não é e nem poderia ser ré na ação penal de origem, pois com exceção da existência de delitos ambientais, que não é o caso, não é possível a responsabilização penal de pessoas jurídicas.

Esclareço que a investigação que está em andamento existe desde 2022, sem contudo ter êxito ao menos no que se refere aos indícios suficientes para o oferecimento da denúncia acerca de eventual crime cometido pelos investigados.

Por fim, é importante ressaltar que a empresa GTO tem atualmente em média 1.500 (um mil e quinhentos) funcionários, e possui gastos mensais que totalizam em média o valor de R$ 20.889.317,15, que engloba a folha de pagamento dos funcionários, pagamento de impostos, fornecedores, parcelamentos tributários, pagamento de aluguéis das lojas, dentre outros, o que demonstra que a empresa fomenta a economia do Distrito Federal de maneira substancial, e por tais considerações, documentos e números apresentados a higidez da empresa sobressairá e o contratempo obtido por esta investigação infundada. 

Juraci Pessoa de Carvalho.”

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