Saiba quais são as principais facções infiltradas no Distrito Federal
As operações das forças de segurança têm sido intensificadas para conter a influência dessas organizações
atualizado
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O Distrito Federal, tradicionalmente considerado uma área de menor violência se comparada a outras grandes cidades brasileiras, enfrenta desafios crescentes com a infiltração de facções criminosas. As operações das forças de segurança têm sido intensificadas para conter a influência dessas organizações.
A mais recente ação, a Operação Dog Head, deflagrada nesta quarta-feira (10/9) pela Polícia Civil (PCDF), visa desmantelar uma célula da facção Família do Norte (FDN) que busca dominar o tráfico na capital da república.
Principais Facções no Distrito Federal
- Comboio do Cão (CDC)
Originário do DF, o Comboio do Cão é um dos grupos mais ativos e violentos da região. A facção tem uma longa história de crimes violentos, como homicídios e tráfico de drogas. A atuação do CDC é caracterizada por uma intensa disputa pelo controle de pontos de venda de drogas e áreas de influência, tanto dentro quanto fora dos presídios. Recentemente, a PCDF realizou operações significativas contra o grupo, incluindo a prisão de líderes em diversas regiões do Brasil.
- Primeiro Comando da Capital (PCC)
O PCC, uma das maiores facções do país, também tem uma forte presença no Distrito Federal. Com origem em São Paulo, o grupo é conhecido por seu envolvimento em tráfico de drogas, assaltos e crimes violentos. O PCC tem se estabelecido na capital federal, intensificando as disputas territoriais, especialmente com o Comboio do Cão.
- Comando Vermelho (CV)
O Comando Vermelho, fundado no Rio de Janeiro, é outra facção de destaque no DF. A facção rivaliza com o PCC e o CDC pelo controle do tráfico de drogas e outras atividades criminosas na região. O CV é conhecido por suas ações violentas e disputas internas com outras facções, afetando diretamente a segurança pública do DF.
- Terceiro Comando Puro (TCP)
O TCP, originado no Rio de Janeiro, também tenta expandir suas atividades para o Distrito Federal. A facção é conhecida por práticas violentas e seu envolvimento em tráfico de drogas. A chegada do TCP ao DF foi identificada no final de 2022 e, desde então, o grupo tem sido alvo de investigações e operações policiais.
- Amigos do Estado (ADE)
Embora o ADE tenha sua base em Goiás, sua influência se estende para o Entorno do DF. A facção é responsável por uma parte significativa dos homicídios em Goiás e mantém vínculos com o Comboio do Cão. O ADE está envolvido principalmente no tráfico de drogas e é conhecido por seu impacto violento nas comunidades goianas e no Entorno do DF.
- Família do Norte (FDN)
Criada no Amazonas, a Família do Norte é uma das maiores facções do Brasil e busca laços fortes no DF. Em 2019, a Operação Gomorra foi realizada para desarticular uma célula da FDN na capital federal. O grupo é envolvido em tráfico de drogas, comércio ilegal de armas e outros crimes, e continua a ser uma preocupação significativa para as autoridades locais.
- Guardiões do Estado (GDE)
Embora não diretamente mencionada no Atlas da Violência, a GDE, originária do Ceará, já mostrou presença no Entorno do DF. A facção é conhecida por sua aliança com o PCC e rivalidade com o CV. A GDE é envolvida em tráfico de drogas e crimes violentos, sendo um dos grupos que as forças de segurança monitoram de perto.
De acordo com especialistas em segurança pública, a instalação de líderes de facções em presídios federais, como o de Brasília, e a compra de propriedades e negócios no Entorno do DF têm fomentado o fortalecimento das organizações criminosas.
Operação Dog Head
A Operação Dog Head, deflagrada pela PCDF, tem como objetivo desmantelar uma célula da FDN que estava tentando expandir seu controle no DF. A ação envolveu 196 policiais civis do DF, além de 117 policiais de outros estados, e contou com a colaboração de diversas unidades da PCDF, como a Divisão de Operações Especiais e a Divisão de Operações Aéreas. Foram cumpridas 127 medidas judiciais, incluindo 25 prisões temporárias, 51 buscas e apreensões, 27 sequestros de bens móveis e imóveis e 25 bloqueios de contas bancárias.
Os investigadores descobriram que a célula da FDN estava envolvida em um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro, movimentando R$ 200 milhões por meio de empresas de fachada. O foco principal da operação é enfraquecer a estrutura financeira da facção e estancar o fluxo de recursos destinados à compra de entorpecentes e manutenção das operações criminosas.
A operação recebeu o nome “Dog Head” em referência à região “Cabeça do Cachorro” no Amazonas, um ponto estratégico para o tráfico de drogas. As diligências foram realizadas em Brasília, várias cidades do Entorno e em outros estados, como Goiás, Alagoas, Rio Grande do Norte, Amazonas e Roraima.