A indigestão de Bolsonaro: saiba o que levou o ex-presidente ao hospital no dia dos ataques
Na noite do atentado no coração em Brasília, o político ficou agitado, conversou com aliados e acabou ingerindo bananas antes de dormir
atualizado
Compartilhar notícia
Orlando (EUA) – Os ataques terroristas que deixaram rastro de destruição em Brasília no último domingo (8/1) também causaram forte indigestão no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que passa férias com a família em Orlando, nos Estados Unidos.
Na noite do atentado no coração da capital federal, o político ficou agitado, conversou com aliados e acabou ingerindo bananas antes de dormir. O alimento, não recomendado no período noturno pelos médicos que o acompanham desde 2018, quando Bolsonaro foi esfaqueado durante campanha eleitoral e precisou passar por cinco cirurgias, resultou em forte mal-estar. Com isso, o ex-chefe do executivo Federal foi levado às pressas para o hospital AdventHealth Celebration Hospital, em Kissimmee.
No hospital, o político chegou a postar uma foto nas redes sociais em que aparece com a barriga inchada e na cama de um hospital. Na segunda-feira (9/1), escreveu: “Após facada sofrida em Juiz de Fora/MG, fui submetido a cinco cirurgias. Desde a última, por duas vezes tive aderências que me levaram a outros procedimentos médicos. Ontem tive nova aderência e baixa hospitalar em Orlando/USA. Grato pelas orações e mensagens de pronto restabelecimento”.
Mesmo sem receber alta médica, Bolsonaro deixou o hospital na noite de terça (10/1) e segue recluso em um condomínio de luxo à base de dieta líquida desde então. Entretanto, a permanência do brasileiro em solo americano ainda é incerta. Autoridades dos EUA estão sob pressão para explicar a presença de Bolsonaro na Flórida, já que Washington condenou a violência e alguns legisladores democratas pediram que Bolsonaro fosse expulso dos Estados Unidos.
Entenda
Um grupo de parlamentares democratas dos Estados Unidos enviou uma carta com o pedido de anulação do visto do ex-presidente para o presidente norte-americano Joe Biden. Eles insistem que Biden “colabore com as autoridades brasileiras” na investigação dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
A carta conta com a assinatura dos 46 parlamentares do partido, no qual Biden também faz parte. O presidente dos EUA condenou o ataque aos Três Poderes e prestou solidariedade ao Brasil.
Bolsonaro está em Orlando, na Flórida, desde 30 de dezembro. Ele saiu do país antes de passar a faixa presidencial para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O pedido foi encabeçado pelos parlamentares democratas Joaquin Castro, do Texas, Gregory Meeks, de Nova York, Ruben Gallego, do Arizona, Chuy Garcia, de Illinois e Susan Wild, da Pensilvânia.
Além da anulação do visto de Bolsonaro, eles solicitam que o FBI, a polícia federal americana, “investigue quaisquer ações que tenham sido tomadas em solo dos EUA para organizar esse ataque ao governo brasileiro.”
Na carta eles citam que o “ataque à democracia” foi semelhante à invasão do Capitólo, nos Estados Unidos, em 6 de janeiro de 2020. À época, Bolsonaro afirmou que o Brasil teria “problema pior” que a invasão do Congresso americano.
“O ataque ilegal e violento de 8 de janeiro contra instituições governamentais brasileiras foi construído após meses de invenções pré e pós-eleitorais do Sr. Bolsonaro e seus aliados, alegando que a eleição presidencial de 30 de outubro havia sido roubada”, declararam os parlamentares.