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Saiba como funcionava esquema de capitão da PM “cabeça” do crime na BA

Quadrilha era liderada por oficial da Polícia Militar que vazava informações sobre operações a empresários e políticos em troca de dinheiro

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1 de 1 Capitão cabeça do crime - Metrópoles - Foto: Material cedido ao Metrópoles

Em troca de dinheiro, o capitão da Polícia Militar da Bahia (PMBA) Fabrício Carlos Santiago dos Santos (foto em destaque) passava informações de ações policiais e operações de segurança para empresários, comerciantes, pessoas com litígios de terras e políticos de Santa Cruz Cabrália, Porto Seguro e outros municípios baianos da região.

Apontado como líder de uma organização criminosa, o PM foi preso preventivamente nessa quarta-feira (24/7). Além disso, o oficial foi exonerado do comando da 4ª Companhia de Polícia Militar de Santa Cruz Cabrália.

As investigações revelaram que o “cabeça” do crime também teria protelado ou deixado de assumir o dever de policial – inclusive com avisos a comerciantes locais sobre operações da Polícia Militar, para evitar abordagens, possíveis apreensões e flagrantes contra criminosos.

Assista:

 

O procedimento investigatório criminal, instaurado a partir de provocação da própria Polícia Militar, tramita na Promotoria de Justiça de Santa Cruz Cabrália, do Ministério Público da Bahia (MPBA). As equipes da instituição cumpriram dois mandados de prisão preventiva contra integrantes da quadrilha.

O capitão é investigado pelos crimes de prevaricação, associação criminosa, corrupção passiva, concussão – exigir vantagem indevida em razão da função pública –, ameaças, receptação, extorsão, lavagem de dinheiro, peculato, entre outros.

Sordidae Manus

Para prender o capitão e desarticular o grupo criminoso, a Operação Sordidae Manus contou com servidores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Sul, da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), da Corregedoria da Polícia Militar da Bahia (Correg) e da Força Correcional Especial Integrada (Force-Coger).

Os investigadores cumpriram 12 mandados de busca e apreensão nos municípios de Porto Seguro, Santa Cruz de Cabrália, Eunápolis e Ilhéus, inclusive na casa do PM e em sedes de empresas. Os mandados partiram das varas de Auditoria Militar de Salvador e Criminal da Comarca de Santa Cruz de Cabrália.

Comerciantes da região estiveram entre os alvos da investigação, por crime de corrupção ativa. O material apreendido na operação será analisado pelo MPBA e, posteriormente, enviado para perícia.

Com origem no latim, a expressão “sordidae manus” significa “mãos sujas”, em tradução livre. O significado tem relação com a investigação sobre traição e corrupção de PMs.

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