Robson forjou cargo de suposta ex-amante na PCDF para viagem funcional
Segundo investigação do MPDFT, Robson Cândido teria levado a mulher a um evento no RJ como se ela fosse assessora da PCDF
atualizado
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O ex-delegado-geral da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) Robson Cândido (foto em destaque) teria fraudado a inscrição da suposta ex-amante e a levado a um evento em que ela estava credenciada como assessora da corporação.
A situação é investigada pelo Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (Ncap), vinculado ao Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), que pediu informações à corregedoria da PCDF.
O evento era voltado para a segurança pública e ocorreu em abril deste ano, no Rio de Janeiro.
Segundo as apurações, Robson, acompanhado do atual delegado-geral da corporação, José Werick — que na época era o chefe de gabinete de Robson —, e do delegado Victor Dan, chefe do Departamento de Polícia Especializada (DPE), foi ao evento com passagens pagas pela PCDF, o que é praxe.
Não há registros de que a suposta ex-amante teria viajado com as passagens pagas pela Polícia Civil. A provas, porém, que ela entrou no evento como assessora da corporação.
A reportagem procurou a defesa de Robson para comentar o episódio, porém, até a última atualização deste texto, não obteve retorno. O espaço segue aberto.
Perseguição
A informação de que a mulher teria viajado com Robson também consta no depoimento dela à polícia quando denunciou o ex-delegado-geral por perseguição.
Nessa mesma viagem, a esposa de Robson teria descoberto o suposto relacionamento extraconjugal.
A informação consta em um documento de 67 páginas apresentado pelo Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) à Justiça local.
Acusado de cometer diversos crimes contra a vítima, como stalking (perseguição), violência doméstica, grampo ilegal, peculato e corrupção passiva, Cândido está preso.
O sigilo do processo foi derrubado pelo Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Águas Claras nesta sexta-feira (17/11).
No processo, a suposta ex-amante relata os momentos que viveu com Robson. Entre as denúncias há a informação de que ele teria escalado o muro e a varanda da casa dela para “forçar um contato pessoal na porta do quarto da mulher”.
Também consta a acusação de que ele a monitorava por meio de um celular “espião” e da placa do carro dela. Conforme consta no documento, Cândido chegou a presentear a suposta ex-amante com um aparelho celular modelo iPhone 11 Pro Max, “intencionando em ter acesso à localização dela em tempo real por meio da ferramenta ‘buscar do telefone’”, segundo as apurações do Ministério Público.
Prints
Ainda de acordo com a denúncia, o ex-delegado-geral da PCDF teria começado a perseguir a vítima depois que ela terminou o relacionamento com ele, em abril último.
Dias após o rompimento, segundo detalhes do processo, Robson passou a usar outros números telefônicos, inclusive linhas corporativas e de servidores da PCDF, para fazer chamadas e encaminhar mensagens à vítima, pois havia sido bloqueado por ela.
O Metrópoles teve acesso a prints que mostram as tentativas de contato de Robson com a suposta ex-amante. Veja: