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Reviravolta em caso de falso suicídio ocorreu após violência doméstica

Mulher teria denunciado o cúmplice e companheiro após ele ter sido preso por violência doméstica. Casal é principal suspeito pelo homicídio

atualizado

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Reprodução
casal lado a lado
1 de 1 casal lado a lado - Foto: Reprodução

O casal Tiago Alves Cajá, 24, e Thalissa dos Santos Araújo, 21, (foto em destaque) arquitetaram o falso suicídio de Samara Regina da Costa Dias, 21, proprietária da casa onde ambos moravam, em Ceilândia. A expectativa da dupla era de se apropriar do imóvel e dos bens da vítima. O plano, no entanto, veio à tona após Tiago ser preso por violência doméstica, após agredir a própria cúmplice e companheira.

Samara foi morta em 16 de dezembro. Em 20 de dezembro último, Tiago e Thalissa foram encaminhados à Delegacia Especial de Atendimento à Mulher II (Deam) após uma briga entre os dois. Na delegacia, a mulher decidiu delatar o companheiro e alegou que o homem teria matado, sozinho, Samara com um mata-leão.

Thalissa relatou ainda que, na noite do crime, havia saído de casa para comprar um lanche para o companheiro e para Samara e, quando entrou na residência, alegou ter flagrado o momento em que o Tiago sufocava a dona da propriedade.

Denúncias feitas à PCDF, contudo, desmentiram a versão Thalissa. Segundo as informações recebidas, a mulher teria admitido participação no crime planejado pelo casal. Ela ainda teria detalhado que Tiago teria jogado o celular da vítima nos trilhos do metrô para ocultar as ações da dupla.

Além das testemunhas, o laudo cadavérico da vítima foi crucial para desvendar o assassinato de Samara. Segundo a perícia, a causa da morte seria asfixia por meio físico-químico, secundária a enforcamento. Também consta no laudo que não foram encontradas outras lesões traumáticas sugestivas de luta ou agressão, contrárias à versão de Thalissa.

Assim, pelo fato de não terem sido encontradas outras lesões em Samara, a polícia acredita que a mulher dormia quando foi dopada e, em seguida, assassinada, segundo o delegado-chefe da 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Centro), João Ataliba Neto.

“Como a vítima acabou não falecendo, eles decidiram enforcá-la, praticar morte por asfixia. Aí, tentaram simular o suicídio dela, na tentativa de garantir a impunidade”, comentou o investigador.

Confrontada com as novas descobertas das investigações, Thalissa negou participação direta no homicídio, mas confessou ter ajudado a simular o suicídio. Tiago ainda não foi ouvido, pois estava preso por violência doméstica.

Com o fim das investigações, o casal pode ser indiciado por homicídio duplamente qualificado e fraude processual, com possível inclusão de agravantes, como obrigação de que a vítima ingerisse medicamentos, para ter a própria defesa dificultada. Somadas, as penas pelos crimes podem levar a 34 anos de prisão.

Suicídio forjado

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Samara deixa duas filhas gêmeas de 1 ano de idade
Jovem havia perdido mãe e avó e enfrentava um período depressivo
Samara foi encontrada morta na casa que era da mãe em 16 de dezembro
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Samara Regina da Costa Dias, assassinada aos 21 anos

Arquivo pessoal
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Samara deixa duas filhas gêmeas de 1 ano de idade

Arquivo pessoal
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Jovem havia perdido mãe e avó e enfrentava um período depressivo

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Samara foi encontrada morta na casa que era da mãe em 16 de dezembro

Arquivo pessoal

Samara Regina foi encontrada morta em 16 de dezembro, dentro da casa que havia alugado para um casal de amigos. A mulher estava caída, com o corpo sentado, escorada na parede da janela e um lençol enrolado ao pescoço. O tecido estava amarrado à grade da janela. A cena chamou a atenção dos policiais, já que a altura era muito baixa para que alguém se enforcasse.

O corpo da mulher não apresentava sinais de violência e o caso foi registrado, em um primeiro momento, como suicídio. Os policiais apuraram que Samara havia passado por uma forte depressão após a morte da avó e mãe, que morava na maior casa do lote, onde havia outros dois imóveis.

Veja local do crime:

Há três meses, Samara teria convidado Tiago e Thalissa para morar na casa que era da mãe dela. Sabendo das perdas sofridas pelas jovens, ambos planejavam então tomar a posse dos imóveis e dos bens de Samara após sua morte.

Samara deixa duas filhas gêmeas de 1 ano de idade. Nesta sexta-feira (27/12), parentes da jovem enviaram nota à coluna Na Mira: “Toda a família lamenta muito o ocorrido; porém, estamos aliviados com a prisão dos responsáveis. Samara estava em situação crítica de depressão após a morte da irmã e da mãe. [As irmãs] viveram afastadas da família e do pai. Logo após a perda da mãe, [Samara] acabou se afundando com pessoas erradas”.

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