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Rainha do Gado: PCDF vai atrás de gerentes de banco e “intimidadores”

Na primeira fase, a polícia prendeu a líder do esquema, uma professora do GDF que ganhava R$ 9 mil, mas havia movimentado R$ 32 milhões

atualizado

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mulher de óculos
1 de 1 mulher de óculos - Foto: Reprodução

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desencadeou operação, nas primeiras horas desta terça-feira (8/10), para desmantelar uma organização criminosa especializada em fraudes contra bancos públicos e privados e lavagem de dinheiro. O bando era comandando pela “Rainha do Gado”, uma professora da rede pública de ensino do DF alvo na primeira fase da operação.

A organização criminosa era baseada em Brazlândia e liderada por Vanesia Maria Rodrigues de Araújo (foto em destaque), presa na primeira fase da operação deflagrada em 18 de junho deste ano.

De cunho familiar, a estrutura criminosa contava com outros parentes da presa, bem como empregados dos bancos. Ao todo, 18 pessoas são investigadas por fazerem parte do grupo criminoso.

Equipes da 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia) cumprem nove mandados de busca e apreensão contra oito pessoas que integravam a organização especializada em fraudes contra bancos públicos e privados e lavagem de dinheiro.

Após um ano e meio de investigação, a 18ª DP apurou um esquema fraudulento de empréstimos em bancos, com a cobrança de porcentagem de participação sobre o valor obtido da instituição financeira, que girava em torno de 5% a 20% do montante emprestado.

Gerentes suspeitos

Gerentes de um banco público e de bancos privados estavam envolvidos no esquema, facilitando a obtenção dos empréstimos com a cobrança de juros abaixo do mercado, por meio da concessão de financiamentos imobiliários. Havia também o uso de documentação fraudulenta para conseguir os créditos, com o conhecimento dos gerentes envolvidos.

E é nesse aspecto que mira a segunda fase da operação. Dentre os oito alvos das medidas cumpridas nesta data estão: “corretores”, “fraudadores” e “intimidadores”.

Os “corretores” eram responsáveis por oferecer condições de crédito ilícitas aos beneficiários finais dos empréstimos, agindo como uma espécie de aliciadores de “clientes” para o grupo criminoso.

Intimidadores

Os “fraudadores” agiam dentro da organização criminosa criando a documentação falsa utilizada para basear os créditos obtidos de maneira fraudulenta pelo grupo. Eles falsificavam notas fiscais, procurações, escrituras de imóveis, dentre outros documentos, para fundamentar documentalmente o empréstimo concedido.

Por fim, os “intimidadores” são os integrantes mais perigosos do grupo, responsáveis por ameaçar os “clientes” que tentavam desistir de obter o empréstimo fraudulento oferecido. As investigações apontaram que os intimidadores possuem ligação com criminosos com histórico de tráfico de drogas, estupro, roubo e furto, e se utilizavam dessa conexão para ameaçar e coagir os clientes que tentavam desistir do empréstimo fraudulento.

O dinheiro ilícito obtido por meio do esquema fraudulento sustentava o padrão de vida do grupo criminoso e era utilizado para adquirir empresas.

Movimentação milionária

De acordo com informações de relatórios de inteligência financeira produzidos na primeira fase da operação, o grupo movimentou a quantia de R$ 32,7 milhões em transações atípicas, apesar da renda mensal declarada da professora do GDF e líder do grupo ser de R$ 9.433,34.

Com a segunda fase da operação, verificou-se a movimentação de outros 12 milhões de reais supostamente ilícitos, em período inferior a um ano, gerando um total movimentado de R$ 54,5 milhões nos últimos 5 anos.

Ao analisar o perfil das contas envolvidas, notou-se que a maior parte das movimentações, tanto a crédito como a débito, foram transferências entre servidores da Fundação Educacional do DF, principalmente professores e agentes de serviços gerais.

Contracheques alterados

A investigação apontou ainda a suposta alteração de contracheques de servidores do GDF, para aumento temporário da margem de crédito dos beneficiários do esquema.

Segundo o apurado, a líder do grupo alterava contracheques do GDF através de um programa de computador, aumentando o salário bruto do beneficiário do esquema para que sua margem de crédito fosse maior e iludisse a instituição financeira responsável pela concessão do empréstimo, gerando um crédito acima da capacidade financeira do servidor.

As buscas foram cumpridas em Brazlândia, Gama, Arniqueiras, além de Cidade Ocidental, Valparaiso, e Águas Lindas, todas no Entorno do DF.  Os mandados visam angariar ainda mais elementos de informação para confirmação das fraudes, podendo os envolvidos responderem, além dos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro, por crimes contra o sistema financeiro, contra a ordem tributária e contra a administração pública, podendo as penas alcançarem 50 anos de prisão.

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