Golpe do Pix: quadrilha que enganava idosos é alvo da PCDF
Uma das vítimas teve prejuízo de R$ 20 mil. Criminosos também mantinham listas de laranjas, que recebiam os depósitos
atualizado
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Policiais da 9ª Delegacia de Polícia (Lago Norte) desarticularam, na manhã desta terça-feira (5/4), grupo criminoso envolvido em uma série de golpes pelo WhatsApp. As vítimas, em sua maioria, pessoas da terceira idade, eram induzidas a fazer depósitos via Pix para os suspeitos.
Os investigadores cumprem três mandados de busca e apreensão em Goiânia e Tocantins. A 1ª Vara Criminal de Brasília também concedeu ordens de sequestro de valores em todas as contas usadas pelo grupo criminoso.
Nas conversas, os criminosos usavam contas com fotos dos parentes das vítimas e demonstravam conhecer detalhes da dinâmica familiar; por isso, o diálogo era convincente o suficiente para enganar os idosos.
Uma delas chegou a fazer três depósitos, totalizando um prejuízo de cerca de R$ 20 mil. A vítima percebeu o golpe apenas quando foi solicitado um quarto depósito.
Com as buscas e apreensões de dispositivos eletrônicos, os policiais buscam descobrir se há outras vítimas.
“Percebemos uma progressiva sofisticação desses golpes. Os criminosos têm selecionado seus alvos pela faixa etária e pelo padrão social. Antes de iniciar os contatos, buscam conhecer bem a rotina familiar por meio de pesquisas nas redes sociais e mesmo comprando pacotes de dados na internet”, explicou o delegado Erick Sallum.
Segundo Sallum, os criminosos preferem selecionar vítimas de outras unidades da Federação, justamente para dificultar o processo investigativo. “Neste acaso o responsável pelo envio da mensagem residia em Tocantins, e os indivíduos responsáveis por receber o dinheiro, em Goiânia”, detalhou.
Veja conversa entre criminoso e vítima:
Aluguel de contas
Em um dos celulares encontrados, os policiais descobriram três listas de transmissão. Cada uma com cerca de 150 participantes, totalizando mais de 450 pessoas.
Segundo as investigações, essas listas são usadas para buscar pessoas que têm interesse em alugar suas contas correntes para receber os valores desviados das vítimas.
Geralmente, elas recebem 10% dos valores, e o resto é sacado e entregue aos verdadeiros golpistas. Todas as pessoas identificadas que tenham emprestado suas contas serão responsabilizadas pelo crime de lavagem de dinheiro.
“As pessoas que estão alugando suas contas bancárias para funcionar como primeiro porto do numerário desviado devem saber que estão cometendo crime”, destacou o delegado.
Todos os envolvidos foram indiciados pelos crimes de fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e associação criminosas com penas somadas que podem alcançar os 26 anos de reclusão.