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Professor agiota ameaçou soltar “cãezinhos” de guarda para cobrar clientes

O boletim de ocorrência registrado contra o educador traz detalhes da atuação dele com devedores. Homem diz que “ninguém sairá impune”

atualizado

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Material cedido ao Metrópoles
homem em frente a muro amarelo
1 de 1 homem em frente a muro amarelo - Foto: Material cedido ao Metrópoles

O professor da rede pública de ensino do Distrito Federal acusado de atuar como agiota ameaçou soltar “cãezinhos” de guarda contra devedores. Os chamados “cãezinhos” seriam capangas contratados Marco Antônio Vidal (foto em destaque), de 51 anos, para intimidar aqueles que atrasavam pagamentos. A informação chegou à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por um boletim de ocorrência aberto contra ele.

O registro que imputa o crime ao educador foi aberto na 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas), mas acabou transferido para a 12ª DP (Taguatinga Centro), já que a ameaça teria acontecido em frente ao Fórum de Taguatinga.

Segundo confirmou a coluna com fontes policiais, a denúncia dá detalhes do modo de atuação de Marco, acusado de extorquir servidores da Secretaria de Educação. A denunciante afirma que apesar de pagar as parcelas acertadas com o homem, o agiota cobra a dívida de outras pessoas indicadas por ela.

Segundo o registro, para Marco, a pessoa que indica se torna fiadora, caso o indicado não arque com as dívidas adquiridas. O homem teria narrado ainda que tinha agredido o marido de outra devedora e roubado o carro de outra. Por fim, ele afirmou que tinha cobradores que chama de “cãezinhos” e que, quando os soltasse, “ninguém ficaria impune”.

Professor do DF atua como agiota e ameaça servidores da Educação

Denúncia de professoras

Este fim de semana o Metrópoles noticiou o relato de três professoras da Secretaria de Educação vítimas de Marco. Conforme as mulheres, ele é apenas um de diversos agiotas em atuação na capital que têm como alvo servidores públicos.

“Conheço pelo menos outras 25 professoras que devem paro Marco”, detalhou uma delas. A reportagem teve acesso a conversas de WhatsApp que mostram a forma agressiva de cobrança do agiota, além de áudios com ameaças veladas.

“Você pegou grana, tem que pagar, cara. Não quero saber se morreu alguém, tem que pagar”, diz o agiota em um dos áudios.

Em outra gravação, depois de uma vítima pedir respeito, o homem esbraveja: “Não tenho que ter cuidado de porra nenhuma. Você que tem de ter cuidado se não me pagar”. Uma outra vítima de Marco, também de 45 anos, explica que, na verdade, ele não é o único a explorar dívidas da pasta. A mulher listou pelo menos 16 agiotas em atuação na capital. Todos eles emprestam dinheiro a servidores do governo distrital.

“É uma máfia que está comendo o servidor público pelas pernas”, definiu uma outra professora.

A reportagem ligou para Marco Antônio Vidal na noite de sexta-feira (12/8). O homem negou atuar como agiota. “Tá maluco, rapaz. Quem dera se eu tivesse pra isso”, disse o docente, aos risos. Questionado sobre a ligação feita pela reportagem em que ele garantiu conseguir emprestar dinheiro de forma rápida, Marco afirmou que, na verdade, negou a quantia. “Você viu que eu neguei, não foi? Eu disse que ela tinha que ligar. Na verdade, eu estava até dormindo na hora”, explicou.

Ouça o áudio de Marco:

 

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