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Preso por manter “escravas virtuais”, jovem planejava fazer massacre com armas do pai

Agentes da PCDF encontraram três armas de fogo, um revólver e duas espingardas que pertenciam ao pai do jovem, um bombeiro militar

atualizado

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Imagem colorida mostra dois homens brancos, de costas, um deles, à esquerda, tem o rosto borrado e aparece algemado. Ele veste camiseta azul e bermuda cinza. Ao lado dele, um policial civil, vestindo uniforme preto, conduz o jovem para dentro de uma delegacia
1 de 1 Imagem colorida mostra dois homens brancos, de costas, um deles, à esquerda, tem o rosto borrado e aparece algemado. Ele veste camiseta azul e bermuda cinza. Ao lado dele, um policial civil, vestindo uniforme preto, conduz o jovem para dentro de uma delegacia - Foto: Reprodução

Preso nesta quarta-feira (23/8) por divulgar vídeos e fotos de abuso sexual infanto-juvenil, o jovem de 18 anos pretendia fazer um massacre. Para isso, ele pretendia utilizar as armas que são do pai, um bombeiro militar. Além de materiais armazenados em computadores, agentes da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) encontraram três armas de fogo, um revólver e duas espingardas na casa do suspeito, no Recanto das Emas.

O jovem é aluno do curso de áudio e vídeo do Instituto Federal de Brasília (IFB) e mencionou, em depoimento, o plano de fazer um ataque na instituição.

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Criminoso foi preso em flagrante
Suspeito tem 18 anos e colecionava materiais de pornografia infanto-juvenil
Alvo da Operação Gaslighting é filho de bombeiro do Distrito Federal
Preso por fazer adolescentes "escravas virtuais" pretendia cometer massacre em escola com armas do pai
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Investigado foi preso no Recanto das Emas, na manhã desta quarta-feira (23/8)

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Criminoso foi preso em flagrante

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Suspeito tem 18 anos e colecionava materiais de pornografia infanto-juvenil

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Alvo da Operação Gaslighting é filho de bombeiro do Distrito Federal

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Preso por fazer adolescentes "escravas virtuais" pretendia cometer massacre em escola com armas do pai

Material obtido pelo Metrópoles

Veja o momento da prisão:

O criminoso mantinha ao menos 15 “escravas virtuais”, com idades entre 15 e 17 anos. A investigação revelou que ele ordenava que as vítimas o chamassem de “mestre” e gravassem vídeos íntimos — o que configura crime de estupro virtual — e de automutilação, escrevendo palavras nos próprios corpos usando uma navalha. Além disso, as induzia ao suicídio.

“Ele confessou tudo. Identificamos cerca de 15 vítimas, mas ainda não é possível precisar [o total]. Essa é só a ponta do iceberg”, afirmou o delegado da DRCC Tell Marzal.

O preso mantinha um canal no YouTube, com 4 mil inscritos, onde publicava vídeos sobre depressão e autoajuda. Por meio desse conteúdo, ele ganhava a confiança das vítimas.

“Ele abordava temas como depressão e autoajuda. Com isso, conseguia unir pessoas com esse quadro [da doença] e passava a persuadi-las. Quando ganhava a confiança, pedia nudes. Depois que recebia, a vítima se começava a ser escravizada sexualmente”, detalhou o delegado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).

A apuração policial revelou que o criminoso, após conseguir que adolescentes lhe enviassem material íntimo nas mídias sociais, escravizava as vítimas virtualmente. “Ele disse que teve curiosidade para consumir esse conteúdo há cerca de cinco anos, mas começou a praticar [o crime] intensamente há dois”, acrescentou o delegado.

Ações disfarçadas

Chamou a atenção da equipe da DRCC o fato de o investigado usar a rede de computadores do IFB para divulgar o material com abuso sexual de menores de 18 anos. Para o delegado, essa seria uma forma de o estudante “tentar ocultar o acesso [aos conteúdos], por causa do [endereço de] IP público [do instituto]”.

“Ele ficava muito tempo lá, à disposição do curso. E, quando estava no IFB, ele acessava [os conteúdos criminosos]”, completou o investigador.

O jovem foi preso em flagrante nesta manhã. Durante as buscas na casa dele, os policiais confirmaram que ele armazenava pornografia infanto-juvenil, produzida com equipamentos de casa e no computador da instituição de ensino superior.

“A família dele não tinha conhecimento de nada. Disseram que ele era uma pessoa introspectiva e  que ficava muito tempo no quarto, usando a internet”, afirmou Tell Marzal.

O material será analisado pela Seção de Perícias de Informática do Instituto de Criminalística (IC) da PCDF. A ação contou com apoio de peritos criminais da corporação e de equipe da Corregedoria do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), força de segurança local da qual faz parte o pai do investigado.

Operação policial

O termo “Gaslighting”, nome dado à operação, se refere a uma forma de abuso psicológico em que informações são manipuladas até que a vítima não consiga mais acreditar na própria percepção da realidade.

Se condenado, o investigado poderá receber pena de até 17 anos de prisão, pelos crimes de registro não autorizado da intimidade sexual, armazenamento de pornografia infantil, induzimento à prática de automutilação e suicídio, além de estupro na modalidade virtual.

Posicionamentos

Em nota, o IFB informou que “mantém atenção constante sobre as atividades que se desenrolam na rede e nas instalações do instituto, efetuando monitoramentos de maneira sistemática”.

A instituição acrescentou que informou o caso à polícia após suspeitarem haver algo errado. “Nesse contexto e no que concerne à Operação Gaslighting, cumpre-nos informar que, quando identificamos as atividades suspeitas, imediatamente estabelecemos contato com a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), a qual prontamente deu início a uma investigação completa, contando com o total apoio desta instituição”, destacou a nota.

“Reafirmamos nosso compromisso em combater veementemente qualquer forma de violência. Por meio da educação, da conscientização e da colaboração com as autoridades competentes, estamos empenhados em colaborar para a construção de uma sociedade segura e inclusiva para todos os cidadãos”, enfatizou o comunicado.

A defesa do jovem preso informou à reportagem que se manifestará apenas na Justiça.

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