Presa por tráfico internacional, doleira Nelma Kodama será transferida para SP
A empresária estava detida em Salvador desde outubro de 2022. Anteriormente, em 2014, chegou a ser presa no âmbito da Operação Lava Jato
atualizado
Compartilhar notícia
Presa em um hotel de luxo em Portugal, em abril de 2022, Nelma Kodama será transferida para um presídio de São Paulo ainda neste mês. A informação foi confirmada pela defesa da doleira nesta quinta-feira (2/2). A empresária estava detida em Salvador desde outubro do ano passado.
A mudança foi pedida pelo escritório Nelson Wilians (NWADV), que representa Nelma Kodama. “Além de permitir que ela fique mais próxima da família, a transferência facilitará o processo de defesa”, informaram os advogados, em nota.
Delatora da Lava-Jato, Nelma é um dos alvos da Operação Descobrimento, deflagrada pela Polícia Federal contra o tráfico internacional de cocaína. Investigações apontam que ela atuava como doleira do narcotráfico.
Outro preso na operação foi o ex-secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso Nilton Borgatto (PSD). Ele chefiou a pasta estadual entre 2019 e março de 2022. Depois, saiu do governo para se dedicar à campanha de deputado federal.
O ex-secretário também foi prefeito de Glória D’Oeste (MT), a 309 km de Cuiabá, na fronteira com a Bolívia.
Quem é Nelma Kodama
Figura emblemática do escândalo Petrobras, que culminou na Operação Lava Jato, Nelma foi presa em 15 de março de 2014, enquanto tentava embarcar para a Itália com 200 mil euros escondidos na calcinha.
A empresária foi condenada a 15 anos de prisão pelo então juiz federal e atual senador Sergio Moro (União-PR), pela lavagem de R$ 221 milhões. Ela também enviou para o exterior U$S 5,2 milhões, por meio de 91 operações de câmbio irregulares.
Nelma Kodama é ex-namorada do também doleiro Alberto Youssef. Em 2019, a investigada teve a pena decretada na Operação Lava Jato, hoje extinta. A decisão ocorreu graças ao indulto natalino concedido, no fim de 2017, pelo ex-presidente Michel Temer (MDB).