Policial tem parada cardíaca em curso, é socorrido e levado para UTI
Péricles Junior segue na UTI sem previsão de alta. Apesar da gravidade, o quadro de saúde dele se mantém estável
atualizado
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Um policial civil, de 37 anos, precisou ser internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular da Asa Norte após sofrer parada cardíaca. Péricles Mendonça de Rezende Júnior (foto em destaque) participava da quinta edição do Curso de Operações Táticas Especiais (Cote), da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). O episódio ocorreu na tarde do último domingo (5/6).
O agente, que tem 1,80 de altura e 80 kg, fazia teste de flutuação, por volta das 15h25, em uma piscina de cinco metros de profundidade, quando começou a submergir. O exercício, que contava com a participação de 13 alunos que almejam uma vaga na Divisão de Operações Especiais (DOE), tinha a supervisão de 17 instrutores e o acompanhamento de um médico da corporação.
As provas foram realizadas no Complexo Aquático Cláudio Coutinho, na área central de Brasília. De acordo com os monitores, Júnior era um dos candidatos que apresentava melhor desempenho nas atividades.
“Eu estava acompanhando tudo do lado de fora da piscina. Ele realizou todos os exames prévios, tinha acompanhamento médico e não apresentava sinais de debilidade. Entretanto, após ficar cerca de quatro minutos no teste, começou a afundar. Percebi na hora e prestei socorro imediatamente”, descreveu Rafael Sena, médico da PCDF, em entrevista ao Metrópoles.
“O aluno foi retirado da água em poucos segundos. Identifiquei que se tratava de parada cardíaca e iniciei as manobras de emergência. Acionei o Samu e o Corpo de Bombeiros. Após alguns instantes, o coração dele voltou a bater e ele foi encaminhando, em estado crítico, porém estável, ao hospital”, completou. Antes do acidente, o policial participou de outras atividades, como salto e simulação de resgate de vítimas no fundo da piscina, ambas concluídas com êxito.
Péricles Junior segue na UTI sem previsão de alta. Apesar da gravidade, Sena esclareceu que o quadro de saúde dele se mantém estável. Uma ocorrência foi registrada nessa segunda-feira (6/6) na 5ª Delegacia de Polícia (Área Central), e as investigações serão conduzidas pela Corregedoria-Geral de Polícia.
O curso
O V Curso de Operações Táticas Especiais é promovido pela Divisão de Operações Especiais da PCDF. Como requisito para inscrição e participação no certame, os candidatos devem apresentar atestado médico, exames e laudos pertinentes que os autorizam a participar do treinamento.
A documentação é apresentada antes mesmo da realização do Teste de Aptidão Física (TAF). O recrutamento busca formar um cadastro reserva de operadores táticos especiais. No edital, a corporação alerta que há “exercícios de alta intensidade”. A duração do Cote pode variar de 45 a 60 dias, em regime de internato.
O objetivo é treinar os policiais para atuar em circunstâncias extremas, como resgate de reféns, entre outras ocorrências caracterizadas como situações policiais críticas, de alto risco e complexidade. Os cenários das prováveis ocasiões são reproduzidos durante o Cote. Os candidatos se apresentam de forma voluntária e não ganham acréscimo na remuneração.
“As atividades não são criadas conforme a nossa vontade, mas obedecemos a fundamentos legais, doutrinas e recomendações internacionais. Precisamos simular situações as quais reproduzam a realidade vivenciada no dia a dia da DOE e fazer com que o policial tenha condições de proteger não só as vítimas das ocorrências, mas o próprio autor em condições adversas”, destacou o diretor da Divisão de Operações Especiais, delegado Edson Medina.
Medina conta que em tarefas consideradas mais delicadas a corporação mobiliza até dois médicos. “Todas as atividades são acompanhadas por um médico, que fica de prontidão durante todo o exercício. Os alunos também realizam exames e são acompanhados enquanto participarem da especialização. Nossos instrutores são treinados e capacitados para agir em qualquer situação. Contamos, inclusive, com um plano de emergência em casos de acidentes, sendo possível acionar até o helicóptero”, finalizou.