Policiais classificam ataque chefiado pelo PCC como violento e covarde
Por meio de nota, sindicato também pedem investigação célere e rigorosa, que leve à identificação e à punição dos responsáveis pelo crime
atualizado
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O Sindicato dos Agentes Penitenciários Federais de Rondônia (Sindapef-RO) emitiu nota de repúdio após o atentado sofrido por um dos servidores da Penitenciária Federal em Porto Velho (RO), nessa segunda-feira (14/5).
A entidade classificou o ato como violento e covarde. “O ataque sofrido pelo policial penal federal não é apenas um agravo individual ou isolado, mas uma afronta ao Estado Democrático de Direito e ao próprio sistema de Justiça deste país”, divulgou o sindicato, por meio de nota.
No texto, os policiais também pedem uma investigação célere e rigorosa, que leve à identificação e à punição dos responsáveis pelo atentado.
“Ao longo de nossa carreira sofremos constantemente pelas investidas do crime organizado, que culminaram, inclusive, no homicídio de alguns colegas. O fato ocorrido, hoje [segunda-feira], é uma realidade na vida do agente de segurança pública, potencializado pela falta de investimentos na valorização de pessoal”, criticaram.
Um policial ouvido pela reportagem, sob condição de anonimato, reforçou a necessidade da valorização dos servidores. “Os colegas têm ido morar em áreas de risco. Há anos, pedimos o serviço voluntário remunerado para recompor o efetivo que está em grau de risco e para ajudar na recomposição salarial, que tem decaído há cada ano”, disse.
Atentado
A tentativa de homicídio contra o policial penal federal ocorreu na manhã de segunda (13/5), no bairro Vila Tupy, em Porto Velho. No entanto, o caso foi divulgado só nesta quarta-feira (15/5), após a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) de Rondônia prender em flagrante um dos envolvidos.
A prisão ocorreu 11 horas após o crime. Na ação, as equipes também apreenderam o veículo usado pelos suspeitos na tentativa de homicídio.
O preso foi levado para o sistema prisional e está à disposição da Justiça. A Polícia Federal (PF) ressaltou que as investigações continuam, para identificação dos demais envolvidos no atentado contra a vida do policial, cuja pena pode chegar a 28 anos de prisão.
Câmeras de segurança flagraram o crime. Os bandidos estavam em dois carros, quando atiraram contra o policial no momento em que o servidor ia a pé para uma padaria. Apesar da emboscada, o policial não se feriu.
Assista:
PCC
A coluna Na Mira apurou que a principal linha de investigação das autoridades é de que o crime tenha sido encomendado por lideranças da facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC). A investida do crime organizado seria uma continuidade dos atentados que levaram à deflagração das operações Ônix e Sicários.
O Sistema Penitenciário Federal (SPF), composto atualmente por cinco presídios federais, tem encabeçado uma ofensiva, com apoio de outras forças da segurança pública, contra integrantes do PCC, facção responsável pelas mortes de três servidores que trabalhavam nas unidades prisionais.
Ao menos 19 criminosos envolvidos nas execuções acabaram condenados e detidos em penitenciárias federais – um dos maiores temores de integrantes da organização criminosa. Os ataques visavam amedrontar servidores e promover um verdadeiro ataque ao Estado.
As investigações da PF revelaram que as mortes foram determinadas pelas lideranças do PCC como forma de retaliação ao trabalho de segurança e disciplina, efetuado com o rigor legal previsto, nas penitenciárias federais.
No entanto, em vez de conseguirem um afrouxamento do sistema, os líderes da facção enfrentaram uma reação imediata e efetiva, que contou com a participação de diversos atores no combate ao PCC e a outras organizações criminosas, como polícias Civil e Federal, ministérios públicos estaduais e Federal, além do Poder Judiciário. A força-tarefa resultou em prisões, condenações e inclusões de presos no próprio SPF.
Entre as operações, destacaram-se a Ônix, a Anjo da Guarda, a Sequaz e a Sicários, deflagradas entre 2021 e 2023, com 34 prisões de criminosos que participaram de ataques contra servidores da Senappen, emissão de dezenas de mandados de busca e apreensão, além de inclusões de presos em penitenciárias federais.