Polícia prende grupo que causou prejuízo de R$ 300 milhões ao GDF
Quadrilha alvo da PCDF é especializada em falsificação de documentos públicos, principalmente carteiras de identidade
atualizado
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A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (28/10), a Operação SSP Brasil. São cumpridos sete mandados de prisão temporária e 14 de busca e apreensão contra um grupo criminoso especializado em falsificação de documento público, principalmente identidades. Segundo as investigações, os suspeitos causaram prejuízo de R$ 300 milhões ao cofres públicos. Eles agiam de forma estruturada e com divisão de tarefas.
A ação, coordenada pela Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária, vinculada ao Departamento de Combate a Corrupção e ao Crime Organizado (DOT/Decor), identificou núcleos que compõem o grupo investigado. O primeiro, chamado núcleo executivo, é formado por integrantes de uma mesma família. Eles fabricavam documentos públicos falsificados utilizando espelhos de documento de identidade de várias unidades da Federação.
O segundo núcleo é o contábil, constituído por contadores e técnicos em contabilidade que ficam responsáveis por realizar a abertura de empresas de “fachada” com quadro societário composto por pessoas fictícias, criadas com base nos documentos fraudados pelo núcleo executivo.
Por fim, o núcleo operacional, responsável em emitir notas fiscais eletrônicas em nome das empresas de fachada visando, com isso, obter créditos tributários e reduzir o recolhimento de tributos.
A investigação apontou que o grupo criminoso atua há aproximadamente uma década no Distrito Federal. Há 12 inquéritos em curso na DOT que apuram as práticas criminosas dos suspeitos.
Segundo a PCDF, a ação visa consolidar e robustecer os elementos probatórios já coletados para sedimentar a efetiva participação de cada integrante do grupo criminoso, além de apreensão de bens e valores para viabilizar o ressarcimento dos cofres públicos.
As diligências são cumpridas no Distrito Federal, no Entorno e na região metropolitana de Goiânia, em residência de contadores e de falsários, bem como em empresas participantes do esquema e na casa de alguns empresários.
Participaram da ação cerca de 100 policiais da Polícia Civil do Distrito Federal, além de equipes da Polícia Civil de Goiás.
Durante a investigação, a Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária contou com auxílio da Subsecretaria da Receita da Secretária de Estado de Economia do Distrito Federal (SUREC/SEEC) e do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, através da Promotoria de Defesa da Ordem Tributária.
Os suspeitos são investigados por organização criminosa, sonegação fiscal, falsificação de documento e uso de documento falso, e, caso condenados, podem pegar até 30 anos de prisão.
O nome da operação é uma alusão ao fato de o grupo falsificar identidades de várias unidades da Federação.