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Polícia pede o sequestro de barcos, carros e casas de sargento agiota

As transferências foram feitas por pessoas que não conseguiram pagar os juros da agiotagem, que giravam entre 8% e 40% ao mês

atualizado

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dois homens com porsche
1 de 1 dois homens com porsche - Foto: Reprodução

Bens móveis como oito carros de luxo e três barcos sofisticados que pertencem ao terceiro sargento da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Ronie Peter Fernandes da Silva (foto em destaque), detido durante a Operação S.O.S. Malibu, deflagrada pela Polícia Civil (PCDF), foram alvo de um pedido de sequestro formalizado pela polícia à Justiça.

A Divisão da Roubos e Furtos (DRF) ainda solicitou que 19 imóveis vinculados ao sargento ostentação sejam arrestados. De acordo com as investigações, tanto os veículos quanto os apartamentos e casas foram dados em garantia e posteriormente transferidos ao líder da organização criminosa.

Pessoas que não conseguiram pagar os juros da agiotagem, que giravam entre 8% e 40% ao mês, realizaram essas transferências.

Segundo dados das procurações localizadas pelas equipes da Coordenação de Repressão a Crimes Patrimoniais (Corpatri), na casa do policial, os referidos bens imóveis estão avaliados em R$ 6,2 milhões.

Veja imagens da lancha:

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A vida do terceiro-sargento é digna das telas de cinema. Suspeito de liderar uma quadrilha de agiotas, conforme revelou o Metrópoles, o PM morava em mansões, tinha coleção de carros de luxo e, constantemente, fazia viagens a praias paradisíacas.

Boa parte da rotina de ostentação era registrada nas redes sociais. Apesar de o contracheque do PM indicar vencimentos de R$ 8 mil, o sargento acumulou mais de R$ 8 milhões em contas bancárias com a prática criminosa.

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Thiago Fernandes, irmão do policial, também foi preso pela PCDF
Investigados moravam em mansão
Sargento da PM tem salário de R$ 8 mil
Quadrilha investigada atuava com agiotagem
Polícia apura crimes de extorsão e lavagem de dinheiro
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PM mantinha vida de luxo

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Operação S.O.S Malibu

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Alguns itens foram apreendidos na operação

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PM foi preso em uma das maiores operações da PCDF

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Sargento liderava quadrilha de agiotas

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Durante a ação para desarticular a organização criminosa, investigadores da Divisão de Roubos e Furtos da Polícia Civil do Distrito Federal (DRF/Corpatri) cumpriram mandados de busca e apreensão em duas mansões de propriedade da família do policial. Segundo as apurações, o militar agia em conjunto com o irmão. Os imóveis ficam em Vicente Pires, onde ocorreram as prisões.

Em um vídeo publicado por Ronie Silva no Instagram, é possível ver uma das casas, que tem piscina, área de lazer, churrasqueira, ambientes climatizados e uma garagem repleta de carros importados.

Veja a casa do sargento:

S.O.S. Malibu

O esquema milionário de agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro capitaneado pelo sargento da PMDF e seu irmão foi desmantelado em operação deflagrada em 16 de novembro, pela Polícia Civil (PCDF). Equipes da DRF cumpriram 15 mandados de busca e sete de prisão em Vicente Pires, Taguatinga e São Paulo. A operação foi batizada em menção ao nome da concessionária de veículos dos irmãos.

A Operação S.O.S Malibu teve como principais alvos o sargento da PMDF e seu irmão, ambos apontados nas investigações da Coordenação de Repressão a Crimes Patrimoniais (Corpatri) como os líderes de uma organização criminosa especializada no empréstimo de dinheiro a juros exorbitantes, caracterizando agiotagem ou usura.

Confira imagens da operação:

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Prisão realizada em 16 de novembro
Dinheiro apreendido
Operação S.O.S Malibu
Preso pela PCDF
Operação contra quadrilha de agiotas
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Quadrilha era liderada por sargento da PMDF

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Operação contra quadrilha de agiotas

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Carros de luxo apreendidos

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Quem não pagava as prestações em dia se tornava alvo de violentas ameaças. Durante as cobranças, além de coagir as vítimas, o grupo tomava veículos e exigia a transferência de imóveis dos endividados. A apuração ainda demonstrou que os valores da agiotagem eram ocultados por meio da compra de veículos de luxo registrados em nome de terceiros, além da utilização de empresas de fachada.

Lavagem de dinheiro

De acordo com as investigações da DRF, nos últimos dois anos, a organização criminosa comprou oito veículos da marca Porsche, de valor unitário próximo a R$ 1 milhão, e, nos últimos seis meses, movimentou mais de R$ 8 milhões, distribuídos em sete contas bancárias.

Três veículos da Porsche e um veículo BMW X4 foram apreendidos durante a operação. Os carros estão avaliados em R$ 3 milhões. Também foram bloqueadas as sete contas bancárias, de pessoas físicas e jurídicas, com o sequestro dos R$ 8 milhões faturados com o esquema.

A engrenagem criminosa era altamente lucrativa e demandava saques de quantias milionárias. Em ação controlada comunicada à Justiça, equipes de policiais da DRF acompanharam dois saques milionários ocorridos em agências bancárias do DF, totalizando de R$ 800 mil e R$ 530 mil.

Organização estruturada

As apurações conduzidas pela PCDF apontaram como funcionava a estrutura da organização criminosa. O esquema era hierarquizado e tinha divisão de tarefas. Na cadeia de comando havia os irmãos Ronie e Tiago, que emprestavam os valores e cobravam os endividados, mediante grave ameaça. O sargento da PMDF ainda era responsável pela aquisição dos veículos de alto luxo.

Também foram presos na operação, cinco operadores financeiros do grupo, responsáveis pela dissimulação, isto é, pela sequência de transações e saques em contas de empresas de fachada, que visavam conferir aparência lícita aos valores faturados com a agiotagem. Três deles eram responsáveis pela ocultação do dinheiro, pois cediam os nomes para o registro dos veículos de alto luxo, cujo verdadeiro dono era o sargento Ronie.

Os mandados de prisão, busca domiciliar e apreensão e sequestro foram expedidos pelo juiz da Vara Criminal de Águas Claras. A operação contou com o apoio do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil de São Paulo.

Outro lado

Por meio de nota, a PMDF informou que também apura o caso. “A Polícia Militar já instaurou um procedimento apuratório sobre o caso de imediato. A instituição não compactua com qualquer desvio de conduta de seus integrantes. Comprovados os indícios de irregularidades ou crime, todas as medidas cabíveis ao caso serão tomadas”, diz o texto

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