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Polícia Civil investiga se “tarado do banheiro” fez mais vítimas no DF

O agente socioeducativo instalou uma câmera escondida no banheiro e armazenou centenas de vídeos e fotos de mulheres

atualizado

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homem sorrindo
1 de 1 homem sorrindo - Foto: Reprodução

Indiciado por registro não autorizado da intimidade sexual e por crime de perseguição, o agente socioeducativo Rafael Oswaldo de Carvalho Arantes (foto principal) pode ter feito outras vítimas. Segundo investigações da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), o homem é suspeito de gravar vídeos íntimos das servidoras que utilizavam o banheiro feminino para tomar banho e usar o vaso sanitário. Ele está lotado na Unidade de Internação de São Sebastião.

O servidor instalou uma câmera escondida no local e armazenou centenas de vídeos e fotos das vítimas. Equipes da Deam cumpriram mandados de busca e apreensão na casa do funcionário público nessa terça-feira (8/2). Foram apreendidos uma arma de fogo, munição e aparelhos eletrônicos, como HDs externos, nos quais vídeos podem ter sido armazenados. O material será encaminhado para perícia técnica.

Segundo os investigadores, embora existam elementos probatórios suficientes da autoria dos fatos, as apurações continuam. É possível, de acordo com a PCDF, que surjam outras vítimas a partir do material eletrônico apreendido.

Veja imagens do material apreendido e do acusado:

3 imagens
Rafael Oswaldo de Carvalho Arantes
Caso é apurado pela Deam
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Rafael Oswaldo de Carvalho Arantes

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Caso é apurado pela Deam

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Assim, a Deam continua a investigação para identificar se outras mulheres foram filmadas pelo indiciado em cena de nudez ou de sexo, quando não autorizado pela outra parte.

O caso

De acordo com uma servidora ouvida pela coluna, Rafael costumava circular pelos pavilhões perguntando se as colegas não queriam tomar banho. “Ele dizia que ficaria no nosso lugar para que pudéssemos usar o banheiro. Foram gravados mais de 140 vídeos, os quais, inclusive, mostram que ele se masturbava enquanto assistia ao conteúdo”, detalhou a mulher.

Desconfiada, uma delas descobriu onde a câmera estava instalada e esperou o momento em que Rafael se preparava para recolher as imagens. Em período probatório, o servidor foi afastado por 60 dias para que sigam as apurações internas por meio de sindicância conduzida pela Secretaria de Justiça e Cidadania.

Ato criminoso

Em nota, a pasta informou ter tomado conhecimento do caso reportado pela servidora por intermédio da Direção da Unidade de Internação de São Sebastião. A ocorrência foi imediatamente comunicada às autoridades competentes.

Internamente, a Sejus informou que faz uma vistoria minuciosa em todas as unidades de internação e pontou que instaurou processo administrativo para apuração da conduta do servidor, que permanecerá afastado durante a investigação do caso. O afastamento foi publicado no Diário Oficial do DF.

A câmera foi descoberta pela própria servidora, e a gestão da unidade de internação imediatamente encaminhou os fatos ao conhecimento das autoridades competentes. “Por fim, reforçamos que a Sejus repudia todas as formas de violência contra as mulheres e empenha todos os esforços para coibir qualquer ato criminoso que venha a ofender a integridade de suas servidoras e socioeducandas”, afirmou a pasta.

Nota do sindicato

O Sindicato dos Servidores da Carreira Socioeducativa do DF (Sindsse-DF) informou, em nota, que presta todo o apoio necessário às vítimas do fato criminoso ocorrido na unidade de internação, e oferece assistência jurídica e psicológica às servidoras que sofreram a violação de intimidade.

“Repudiamos veementemente o ocorrido e vamos cobrar das autoridades competentes as devidas providências, em todas as esferas. Inclusive a demissão do servidor, que se encontra em estágio probatório. A diretoria executiva designará uma comissão de ética para deliberação da penalidade de exclusão do servidor dos quadros do sindicato”, aponta a nota.

O sindicato ressaltou que o departamento jurídico da entidade está finalizando um documento que será protocolado junto à Secretaria de Justiça para exigir a criação de alojamentos e banheiros femininos exclusivos, nas unidades em que esses ambientes sejam mistos.

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