PCDF prende “playboys do tráfico” que movimentaram R$ 4 mi com drogas gourmet
Policiais cumprem 12 mandados de prisão temporária, além de 25 de busca e apreensão. Grupo teria movimentado R$ 4 mi com tráfico das drogas
atualizado
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A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco/Decor), deflagrou, na manhã desta quarta-feira (15/2), a Operação Ambrosia. As equipes cumprem 12 mandados de prisão temporária, além de 25 de busca e apreensão, para desarticular uma quadrilha especializada no comércio de drogas “gourmet” na capital do país.
A organização criminosa investigada teria movimentado R$ 4 milhões com o tráfico, segundo a PCDF. A operação ocorre nos seguintes locais: Águas Claras; asas Sul e Norte; Guará; Sobradinho; Vicente Pires; e Goiânia. Os policiais também cumprem medidas de confisco de bens dos suspeitos.
Até a mais recente atualização desta reportagem, 13 pessoas haviam sido presas. Além disso, as equipes registraram três flagrantes por tráfico de drogas e cinco termos circunstanciados por porte de drogas.
Veja imagens da operação:
Na operação desta quarta-feira (15/2), os policiais apreenderam uma estufa com plantação de maconha “gourmet” (foto em destaque), oito carros, quatro motos, 11 tijolos de maconha, 31 comprimidos de ecstasy, frascos de anabolizantes e três balanças digitais.
As investigações começaram em 2019, com foco em um grupo de traficantes que abastecia o DF com drogas sintéticas. À época, a Polícia Civil deflagrou a Operação Tridente, que levou à maior apreensão de entorpecentes desse tipo até então.
As equipes recolheram cerca de 9 mil comprimidos de ecstasy e cumpriram 50 mandados de busca domiciliar, no Distrito Federal, em Goiás e em Minas Gerais.
No ano seguinte, ocorreu a Operação Poseidon, que mirou os fornecedores das drogas apreendidas. Eles moravam em Santa Catarina e tiveram imóveis, valores em contas bancárias e “grande quantidade de cocaína” apreendidos, segundo a PCDF.
Em 2021, os policiais cumpriram 23 mandados de busca domiciliar no DF, durante a Operação Baco. Na ocasião, apreenderam porções de ecstasy, haxixe e maconha, além de uma estufa para plantação da droga.
“Nomes chamativos”
Durante um ano, os policiais analisaram a parte financeira do esquema e verificaram a movimentação de R$ 4 milhões pela quadrilha.
“Por se tratarem de jovens de classe média alta, [os investigados] tinham como diferencial a comercialização de drogas ‘gourmet’, isto é, entorpecentes cultivados e preparados de forma especial, batizados pelo grupo com nomes chamativos como ‘Ice cream cake’ [bolo de sorvete, em tradução livre do inglês], ‘Eleven roses’ [onze rosas] ou ‘Blue mangoo’ [manga azul]”, detalhou a PCDF.
Os preços de venda das drogas eram mais altos, na comparação com os de outros tipos. O valor de uma porção de 100g, por exemplo, chegava a R$ 5 mil, de acordo com os investigadores.
As provas obtidas durante as investigações serviram de base para a ordem judicial que determinou o bloqueio de valores em contas bancárias, os mandados de busca e apreensão, assim como os de prisão.
Caso se tornem réus, os alvos podem responder pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas podem chegar a 35 anos de prisão.
Operação Ambrosia
O nome da operação faz referência à mitologia grega, segundo a qual a ambrosia era um manjar doce e de sabor divino que só poderia ser consumido quando oferecido pelos deuses.
A referência se deu “por se tratar investigação de tráfico de drogas consideradas especiarias pelos usuário, as quais demandam preparo diferenciado e só podem ser consumidas por pessoas com alto poder aquisitivo”, de acordo com a PCDF.
A força-tarefa conta com participação de 130 policiais, além de cães farejadores da Seção de Operações com Cães, da Divisão de Operações Especiais da PCDF. Equipes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) da Polícia Civil de Goiás (PCGO) também colaboram com os trabalhos.