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PMs em formação são obrigados a vender rifas para reforma de academia

Policiais ainda teriam sido coagidos a comprar um pacote de formatura e a arcar com o valor de cada munição usada nas aulas de tiro

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nota de rifa
1 de 1 nota de rifa - Foto: Reprodução

Alunos do Curso de Formação de Praças IX (CFP IX) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) denunciaram terem sido obrigados a desembolsarem R$ 200 para arcar com manutenção e benfeitorias feitas na Escola de Formação de Praças. Além disso, teriam de pagar por rifas, aderir a um pacote de formatura e, ainda, arcar com o valor de cada munição usada nas aulas de tiro.

Segundo alguns desses formandos, o comando da escola de formação informou que todos os soldados 2ªclasse do CFP IX teriam de fazer uma “vaquinha” de R$ 200 para ajudar nas reformas do complexo. Em troca dessa contribuição supostamente forçada, foi distribuído para cada participante 10 rifas no valor de R$ 20 cada uma, totalizando os R$ 200 cobrados inicialmente.

De acordo com um deles, que preferiu não se identificar, a rifa seria uma forma de dissimular a ilegalidade. “Se colocarmos no papel R$ 200 vezes 335 policiais que fazem parte do CFP IX, a escola arrecadará R$ 66 mil. Me sinto constrangido ao ser obrigado a participar de uma contribuição financeira para ajudar em reformas. Isso é obrigação do estado e todos nós sabemos que o GDF tem dinheiro para tal”, reclamou.

Pacote de formatura

Alunos que integram o contingente ainda fizeram denúncias em relação a adesão a um pacote de formatura, com valor estimado em R$ 7 mil. No caso, o soldado 2ª classe que não aderir ao contrato da empresa prestadora do serviço será colocado em escala de serviço extra apenas por não ter concordado em participar de alguns eventos.  “A formatura sempre foi gratuita e nunca precisou ser organizada por empresas particulares”, relatou o policial.

Além de tudo isso, os militares afirmaram que os alunos do curso de formação de 2022 terão de comprar uma mochila que tradicionalmente o Exército sempre emprestou para atividades internas da PMDF. “Trata-se de uma mochila cargueira estilo militar, que custa em média R$ 600. Também informaram que para a habilitação em armamento e tiro os alunos terão de desembolsar mais uma certa quantia para a compra de munição a ser empregada nas instruções”, disse o militar.

O outro lado

Procurada pela coluna, a PMDF, em nota, informou que as denúncias não são reais. “A adesão ao pacote da formatura sempre foi opcional e é totalmente coordenada pela comissão formada e presidida exclusivamente pelos próprios alunos. A rifa foi uma ação idealizada pela Comissão de Logística do Curso de Formação de Praças. São os alunos que organizam, arrecadam, controlam e decidem onde e quando gastar”, ressaltou a corporação.

A PMDF defendeu que, como em todos os CFPs, as munições sempre foram disponibilizadas gratuitamente. “No que se refere à mochila, foi proposto a aquisição por se tratar de um objeto pessoal que permanecerá com o policial militar (equipamento previsto no Regulamento de Uniformes) e o valor estimado na internet (R$220). Portanto, todas as questões levantadas são inverdades”, finalizou  nota.

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