PMs do Batalhão dos Poderes foram vítimas de golpe envolvendo R$ 4 mi
Um sargento da PMDF é suspeito de aliciar os colegas de farda para o golpe. Ludibriadas, as vítimas investiram dinheiro e imóveis
atualizado
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Conhecido como Batalhão dos Poderes, quartel responsável pela segurança da área central de Brasília, o 6º BPM foi alvo de um esquema de pirâmide financeira. Grande parte dos policiais militares do regimento foi vítima do golpe.
Os autores do golpe, incluindo um sargento da Polícia Militar (PMDF), são investigados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público (MPDFT), que deflagrou nesta terça-feira (11/6) a Operação Madoff.
A ação cumpriu mandados judiciais de busca e apreensão contra os suspeitos no Distrito Federal e em Luziânia (GO), no Entorno do DF.
Sargento cooptava PMs
A coluna Na Mira apurou que o policial militar envolvido é o sargento Matheus Soares Maia. As apurações sobre o caso começaram na Corregedoria da Polícia Militar do Distrito Federal, devido à denúncia de que Matheus teria cooptado diversos colegas de farda para participarem de uma rede de investimentos em criptomoedas, por meio da empresa Liberty Up.
O esquema também contava com a participação de civis e de uma empresa de consultoria e intermediações.
O grupo conseguiu movimentar R$ 4 milhões com criptoativos ao longo de 2022, enquanto as contas correntes do sargento tiveram entradas e saídas que totalizaram R$ 6 milhões, uma quantia incompatível com a renda recebida pelo militar.
O sargento teria prometido que os investimentos aplicados teriam rentabilidade de 10% ao mês. As vítimas chegaram a transferir dinheiro e imóveis para o grupo. A Liberty Up, porém, quebrou. Devido ao grande número de vítimas, o valor total perdido por elas ainda é calculado pelo MPDFT.
Em nota, a PMDF informou que a Corregedoria da corporação “recebeu no ano passado denúncias de policiais militares que teriam sido vítimas de crimes de natureza militar em uma pirâmide financeira”, e que “instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM)”.
A Corregedoria da PMDF, junto da Promotoria Militar, compartilhou provas com o Gaeco “para que se avançasse nas investigações quanto aos civis e as empresas apontadas”.
A reportagem tentou localizar a defesa de Matheus Soares Maia, mas não conseguiu. O espaço segue aberto.
Os suspeitos são investigados por estelionato, lavagem de dinheiro, organização criminosa e crimes contra a economia popular.
Madoff
O nome da operação faz referência a Bernie Madoff, considerado o responsável por uma das maiores pirâmides financeiras da história, nos Estados Unidos.