PF vê indícios de que ex de Bolsonaro usou laranja para comprar mansão
De acordo com relatório da PF, “há indícios de utilização de terceira pessoa interposta para obtenção de financiamento imobiliário”
atualizado
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Investigações da Polícia Federal (PF) apontam que há indícios de utilização de laranjas na compra de mansão no Lago Sul na qual vivem Ana Cristina Valle (PP), ex-mulher de Bolsonaro e candidata a deputada distrital, e Jair Renan, filho do presidente. Os dois se mudaram para o imóvel, avaliado em R$ 3,2 milhões, em junho do ano passado.
Sempre que era questionada, Ana Cristina afirmava que a propriedade de luxo era alugada. No entanto, conforme revelou a coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, a ex-esposa de Bolsonaro declarou à Justiça Eleitoral que o mesmo imóvel era agora de propriedade dela e valeria R$ 829 mil.
De acordo com relatório produzido pela PF, “a casa avaliada em R$ 3,2 milhões, ao que indicam os elementos de provas disponíveis, foi supostamente adquirida e financiada pela investigada Cristina Valle por meio de pessoa interposta sem ser possível identificar a origem de valores”.
Ainda segundo as apurações, “há indícios de utilização de terceira pessoa interposta para obtenção de financiamento imobiliário. Tal conduta possui alcance típico de delito contra o sistema financeiro”. O imóvel foi comprado em 31 de maio, alguns dias antes da mudança de Ana Cristina.
Veja fotos da mansão:
Suposto dono
À época, o então proprietário seria Geraldo Antônio Machado, corretor que mora em uma casa modesta em Vicente Pires, a cerca de 30 km da propriedade. Segundo a escritura da mansão, Geraldo teria adquirido o imóvel com recursos próprios: uma entrada, de R$ 580 mil, e R$ 2,32 milhões financiados no Banco de Brasília (BRB).
O apartamento onde Jair Renan e Ana Cristina moravam anteriormente tinha 70 metros quadrados e estava no nome do presidente Jair Bolsonaro. Já o novo imóvel possui um terreno de 1.200 metros e 800 metros quadrados de área construída, em dois andares.