PF prende pai e filhos que faturaram R$ 1 bilhão com ouro ilegal
Segundo a PF, o esquema recebia ares de legalidade a partir de empresas “noteiras”, que forjavam notas fiscais
atualizado
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A Polícia Federal (PF) e a Receita Federal deflagraram a Operação Pirâmide de Ouro, na manhã desta quarta-feira (28/2), em Pará, Amazonas, Rondônia e Paraná. Uma pessoa foi presa, e 13 mandados de busca e apreensão foram cumpridos .
O objetivo é acabar com um esquema de venda ilegal de ouro da Região Norte à Sudeste do país que pode superar R$ 1 bilhão. Os policiais apreenderam documentos e dinheiro, ainda não contabilizado.
Os mandados de prisão e de busca e apreensão, decretados pela Justiça Federal no Amazonas, foram expedidos contra suspeitos de organização criminosa, lavagem de dinheiro, usurpação de bens da união, falsidade ideológica e uso de documento falso. Também foi decretado sequestro de bens de 24 alvos no inquérito.
Um dos três mandados de prisão foi cumprido em Curitiba (PR), e os outros dois alvos estão foragidos. Um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido em Itaituba, no Pará; os outros 12 foram divididos entre Porto Velho (RO), Manaus (AM) e Curitiba (PR).
Família do crime
A investigação partiu da apreensão de 7,5 quilos de ouro, feita no dia 1º de setembro de 2022, no Aeroporto Internacional de Belém, em ação conjunta da PF e da Receita Federal.
Na ocasião, o passageiro não foi preso em flagrante; nesta quarta (27), porém, ele foi um dos detidos na operação, assim como dois de seus filhos, todos suspeitos do mesmo esquema criminoso.
Mesmo após ser detido no aeroporto – sendo liberado em seguida –, o suspeito continuou levando em voos comerciais o ouro extraído em garimpos ilegais de rios no Amazonas e Rondônia, com destino ao Estado de São Paulo. Segundo a PF, em 11 meses, ele embarcou em 27 voos semelhantes entre Curitiba, Porto Velho, Manaus e Campinas, com quantidades cada vez menores, para evitar suspeitas.
Lavagem de dinheiro
O esquema recebia ares de legalidade a partir de empresas “noteiras”, que forjavam notas fiscais. O ouro também era mascarado com um processo de diminuição do teor de pureza para ocultar a origem e também fazê-lo parecer legal.
Um dos presos é sócio de uma empresa sem funcionários, que movimentou R$ 1,5 bilhão em três anos e meio, entre junho de 2020 e setembro de 2022.
A perícia da PF atesta forte evidência de fraude, reforçando a suspeita da investigação. Por isso, a Justiça também determinou o sequestro de contas bancárias e a suspensão de atividades da empresa e da permissão de lavra garimpeira.
A Receita Federal participa das investigações, com compartilhamento de informações.