PF prende 11 e apreende carrões e lanchas em operação contra facção
Investigação tem 30 denunciados como alvo e visa desestruturar grupo criminoso. Policiais cumprem 18 mandados de prisão preventiva nesta 5ª
atualizado
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A Polícia Federal (PF), junto ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), deflagrou a Operação Fim do Mundo, na manhã desta quinta-feira (26/1), para combater lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas e armas.
Cerca de 100 policiais federais saíram às ruas para cumprir 18 mandados de prisão preventiva e 31 de busca e apreensão no Rio de Janeiro, em São Paulo e Santa Catarina. Até as 14h30, 11 tinham sido detidos — 4 no Rio; 5 em SC; 2 em SP. Um deles foi detido em flagrante por uso de documento falso.
Os alvos são três grupos criminosos que, juntos, teriam movimentado mais de R$ 100 milhões nos últimos três anos. A coluna apurou que os investigados pertencem ao Terceiro Comando Puro, conhecido também pela sigla TCP. Os policiais conseguiram o bloqueio de R$ 22 milhões em bens dos suspeitos.
Mandados foram cumpridos em imóveis de luxo em Balneário Camburiú, onde os policiais apreenderam também lanchas, jet-ski e carrões de luxo.
Veja imagens da Operação Fim do Mundo:
A Justiça determinou o sequestro de 15 imóveis, 19 automóveis e duas embarcações, em Mangaratiba (RJ), Angra dos Reis (RJ), Balneário Camboriú (SC) e Foz do Iguaçu (PR).
Além disso, bloqueou mais de 32 contas bancárias vinculadas à organização criminosa.
Tráfico
A investigação começou em maio de 2020, a fim de combater o tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro de uma organização criminosa com atuação em uma comunidade do Rio de Janeiro.
A polícia identificou três grupos, da mesma facção criminosa, que tentavam dar aparência lícita aos valores obtidos por meio de atividades ilegais.
O primeiro deles — liderado por dois irmãos, responsáveis pelo envio de drogas e armas a comunidades do Rio de Janeiro — usava o lucro proveniente dos crimes para comprar imóveis de alto padrão, em Balneário Camboriú, em nome de terceiros e com auxílio de um casal de corretores catarinenses.
Entre os denunciados, estão a mãe, as esposas e as irmãs de líderes da organização criminosa. Elas viviam uma vida de luxo no município catarinense e movimentavam valores exorbitantes em contas bancárias, de acordo com diligência da PF.
O segundo grupo, responsável pela entrada de drogas no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, usava os valores obtidos por meio do tráfico de entorpecentes para comprar automóveis de luxo e imóveis em condomínios de alto padrão.
Durante a apuração, a polícia identificou imóveis em Angra dos Reis (RJ), Mangaratiba (RJ) e Recreio dos Bandeirantes (RJ), todos sequestrados por meio de ordem judicial.
O terceiro grupo criminoso, também atuante no tráfico de drogas, valia-se de empresas, inexistentes ou existentes, mas com baixa atividade lucrativa, para ocultar a origem do dinheiro obtido.
Os investigados responderão pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa, cujas penas, somadas, podem chegar a 24 anos de prisão.