PF prende indígenas que estupraram e engravidaram criança de 12 anos
Um dos suspeitos tem papel de liderança na aldeia – Tuxaua – e teria se aproveitado dessa condição para constranger e ameaçar testemunha
atualizado
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A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta terça-feira (5/3), uma operação para reprimir o abuso sexual contra crianças e adolescentes em uma aldeia indígena no município de Autazes (AM).
As equipes cumpriram dois mandados de busca e apreensão, bem como dois de prisão preventiva, contra dois suspeitos de abusar sexualmente de uma criança de 12 anos, sobrinha dos presos. A prática dos crimes teriam começado quando a vítima tinha 11 anos, e a menina chegou a engravidar de um dos estupradores.
Um dos suspeitos tem papel de liderança na aldeia – Tuxaua – e teria se aproveitado dessa condição para constranger e ameaçar testemunhas do crime. Isso porque o investigado teria poder para dificultar, ou mesmo impedir, que outros indígenas da comunidade tivessem acesso a benefícios sociais como o Bolsa Família e o Salário-Maternidade.
“Os presos teriam se aproveitado não apenas das relações de parentesco com a vítima e a genitora [dela], mas, também, no caso de um deles, da condição de Tuxaua tanto para ter acesso à criança e perpetrar os abusos quanto para tentar garantir o silêncio dela e a impunidade do crime. Há suspeitas de que eles [os suspeitos] também teriam cometido atos dessa natureza contra outras menores de idade do sexo feminino residentes na aldeia”, destacou a PF.
Os investigados devem responder, na medida das respectivas responsabilidades, pelos crimes de estupro de vulnerável, abuso de poder, coação de vítimas e cerceamento de direito básicos de indígenas da mesma comunidade.