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Criminosos usam Brasil como rota de contrabando de migrantes asiáticos

Segundo a PF, a Operação Everest contou com 104 policiais federais. Foram cumpridos 35 mandados de busca e apreensão e sete de prisão

atualizado

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Divulgação/PF
Operação PF 1
1 de 1 Operação PF 1 - Foto: Divulgação/PF

A Polícia Federal (PF) desarticulou um grupo criminoso acusado de exploração e contrabando de migrantes ilegalmente para os Estados Unidos, nesta quinta-feira (31/10). Os suspeitos aliciavam vítimas da Ásia, principalmente de Bangladesh e Nepal. O Brasil era usado como uma rota do transporte criminoso.

Segundo a PF, a Operação Everest contou com 104 policiais federais. Foram cumpridos 35 mandados de busca e apreensão e sete de prisão preventiva em Porto Velho (RO), Guajará-Mirim (RO), São Paulo (SP), Jardinópolis (SP), Sumaré (SP), Montes Claros (MG), Boa Vista (RR), Assis Brasil (AC) e Manaus (AM). Todos foram expedidos pela 7ª Vara Federal de Porto Velho.

Os migrantes pagavam em média US$ 10 mil e eram transportados por rotas clandestinas. De acordo com a PF, as pessoas seguiam viagem em condições perigosas, muitas vezes desconhecidas.

No Brasil, o Aeroporto de Guarulhos  (SP) era usado como ponto de chegada, até as cidades de fronteira do Norte para acesso a outros países. De Guajará-Mirim, seguiam para Bolívia, e Assis do Brasil era usada como rota para o Peru.

De acordo com as investigações, as vítimas seguiam pela América Central, por via terrestre, até a fronteira mexicana com os EUA. Os acusados identificados gerenciam pagamentos, documentação fraudulenta e o transporte e travessia das fronteiras ao longo do trajeto. A PF também mira suspeitos de apoio financeiro e logístico para o grupo, como agentes de viagens, taxistas, hoteleiros e “coiotes”.

Pedidos de refúgio

A PF identificou fraudes em pedidos de refúgio, para fins de entrada e permanência temporária no Brasil. Segundo os investigadores, o crescimento no número de pedidos de refúgio de nacionais sul-asiáticos, sem causas aparentes nos países de origem, indicou abuso na utilização do instituto humanitário.

A investigação foi iniciada a partir de prisões em flagrante de “coiotes” em 2023, na fronteira com a Bolívia. Ao longo de 2024, seis pessoas foram presas em flagrante e 22 migrantes do Nepal e da Índia foram resgatados em Guajará-Mirim.

Segundo a PF, os investigados supostamente cometeram o crime de contrabando de migrantes (promoção de migração ilegal) e de associação criminosa.

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