PF investiga servidores que transferiram ilegalmente terras da floresta amazônica
Durante os levantamentos, um dos servidores chegou a oferecer os serviços ilícitos aos policiais que atuavam de forma velada
atualizado
Compartilhar notícia
A Polícia Federal deflagrou, nesta segunda-feira (7/8), a operação Balcão de Negócios, cujo objetivo é investigar um grupo que seria responsável por falsificar e transferir, de forma fraudulenta, terras públicas da União na floresta amazônica para particulares.
São cumpridos cinco mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal em Itaituba (PA). Entre os alvos, estão um corretor de imóveis e dois servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que atuam no município.
As investigações tiveram início após funcionários de um cartório de registros de imóveis local suspeitarem das assinaturas e da formatação de documentos do Incra durante uma tentativa de transferência de imóvel público para terceiros. O cartório oficiou o instituto, que confirmou a falsificação dos documentos.
As investigações indicam que o grupo atuaria há vários anos oferecendo serviços dessa natureza na própria sede do Incra. Um corretor imobiliário, filho de um ex-titular do cartório de registro de imóveis na cidade, seria o elo entre os particulares interessados e os servidores que fraudariam a documentação.
O próprio Incra já possuía diversos procedimentos administrativos disciplinares por fatos semelhantes contra servidores investigados. Durante os levantamentos, um dos servidores chegou a oferecer, espontaneamente, os serviços ilícitos aos policiais que atuavam de forma velada. As investigações seguem em andamento.
Balcão de Negócios
O nome da operação faz alusão à utilização, pelos servidores, da sede do órgão como verdadeiro balcão de negócios ilícitos.