PF investiga grupo suspeito de fraudar R$ 60 milhões da Previdência
Valor é referente a 420 benefícios fraudulentos constatados pela Polícia Federal. Rombo chegaria a R$ 100 milhões, caso não fosse descoberto
atualizado
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A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (16/2), a Operação Errantes para desarticular organização criminosa especializada na prática de fraudes à Previdência Social. De acordo com as investigações, o grupo criminoso é suspeito de ter gerado prejuízo de cerca de R$ 60 milhões ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
O valor é referente aos 420 benefícios fraudulentos constatados pela Polícia Federal. Estima-se que o prejuízo evitado, levando-se em conta os valores que continuariam sendo pagos aos beneficiários, seja de aproximadamente R$ 100 milhões.
Mais de 150 policiais federais, com o apoio do Núcleo de Inteligência Previdenciária e Trabalhista (Nuint), cumprem 24 mandados de prisão preventiva e 32 mandados de busca e apreensão nas cidades de Petrolina (PE), Tabira (PE) e Filadélfia (BA).
Durante as buscas, os policiais localizaram grande quantidade de catões de crédito, documentos falsos, cheques, joias, relógios, armas e munições.
Modus operandi
Os investigados são suspeitos de criarem pessoas fictícias para a obtenção indevida do Benefício de Prestação Continuada (BPC), valor de um salário mínimo pago pelo INSS a pessoas com mais de 65 anos ou portadoras de deficiência.
A organização criminosa aliciava idosos que poderiam ter direito ao benefício, fornecia documentos de identidades falsos para esses idosos, instruía os processos administrativos de concessão de benefícios com os documentos falsificados e orientava os aliciados a comparecerem nos bancos para efetuarem os saques.
Durante as apurações, foi contatado que uma única idosa arregimentada pelo grupo fez o uso de 31 documentos de identidade falsos e, com base neles, recebeu 31 Benefícios de Prestação Continuada.
Os envolvidos devem responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de estelionato majorado, uso de documento falso, falsidade ideológica, agiotagem e lavagem de dinheiro. Se condenados, as penas podem chegar a 28 anos de reclusão.
O nome da operação, Errantes, é uma alusão às pessoas que não têm residência fixa, que vivem como nômades.