PF faz operação contra suspeito de ser o maior devastador da floresta amazônica
A Justiça determinou o bloqueio de R$ 116 milhões, o sequestro de veículos e de 16 fazendas e da indisponibilidade de 10 mil cabeças de gado
atualizado
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A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (3/8) a Operação Retomada, com o objetivo de investigar um esquema de invasão de terras da União e desmatamento para criação de gado na floresta amazônica. A PF cumpre três mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal nos municípios de Novo Progresso (PA) e Sinop (MT).
Além da expedição dos mandados, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 116 milhões, valor mínimo estimado dos recursos florestais extraídos e de recuperação da área atingida, e o sequestro de veículos e de 16 fazendas e imóveis, além da indisponibilidade de 10 mil cabeças de gado.
As investigações tiveram início após a identificação, feita pela PF em Santarém (PA), do desmatamento de quase 6 mil hectares na região do município de Novo Progresso (PA).
O inquérito policial aponta que o grupo criminoso realizaria o cadastro fraudulento junto ao Cadastro Ambiental Rural de áreas próximas às deles em nome de terceiros, principalmente de parentes próximos.
Em seguida, desmatariam tais áreas e as destinariam para criação de gado. Assim, os verdadeiros responsáveis pela exploração das atividades se sentiriam protegidos contra eventuais processos criminais ou administrativos, os quais seriam direcionados aos participantes sem patrimônio.
Até o momento, a PF identificou que o suspeito e seu grupo teriam se apossado de mais de 21 mil hectares de terras da União. Além disso, já foram constatados o desmatamento de mais de 6.500 hectares de floresta, o equivalente a quase quatro ilhas de Fernando de Noronha, com indícios de um único autor ser o responsável pela destruição ambiental, com emprego de enorme aporte de recursos. O nome dele não foi divulgado.
Os danos ambientais são agravados pela ocupação de áreas circundantes a terras indígenas e unidades de conservação.
O suspeito líder do grupo já recebeu 11 autuações e seis embargos do Ibama por irregularidades, e perícias da PF indicam a existência de danos ambientais ocasionados por suas atividades também na Terra Indígena Baú.