PF faz operação contra empresas de informática por fraudes contra prefeituras
A principal empresa gerida pelo grupo conseguiu o emprenho de R$ 165,4 milhões de janeiro de 2017 a junho de 2022
atualizado
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A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram na manhã desta terça-feira (14/3) a Operação Onipresente, contra uma organização criminosa que, segundo a investigação, possui contratos firmados com prefeituras do Espírito Santo e de mais sete estados.
As investigações, iniciadas em 2016, indicam que diversas empresas do grupo investigado se valiam de seu domínio na área de desenvolvimento de programas de informática, fornecimento de provedores de internet, consultoria e assessoria de sistemas para direcionar e fraudar procedimentos licitatórios. Em alguns casos, eles chegavam a incluíam cláusulas restritivas nos documentos para favorecê-los.
A principal empresa gerida pelo grupo conseguiu o emprenho de R$ 165,4 milhões de janeiro de 2017 a junho de 2022, dos quais R$ 136,0 milhões já teriam sido pagos, envolvendo recursos federais e recursos próprios dos municípios.
Os documentos analisados dão conta de que o grupo agia desde 2002, dominando as contratações em alguns setores capixabas, sobretudo da área de informática.
Os policiais federais afirmam que identificaram indícios de um possível direcionamento das contratações em favor das empresas, que ainda são investigadas por lavagem de capitais, corrupção ativa e passiva, além da constituição de organização criminosa.
A 1ª Vara Federal Criminal de Vitória/ES autorizou o cumprimento de 10 mandados de buscas e apreensão contra os envolvidos.
Ao todo, 49 policiais federais e 4 servidores da CGU participam da operação, executando as medidas cautelares nos municípios de Domingos Martins e Vitória/ES.
O nome da operação faz referência à capilaridade da organização criminosa investigada, pois, somente no Espírito Santo, o grupo possui contratos firmados com 74 dos 78 municípios capixabas.