PF faz operação contra desvio de verba destinada ao combate à Covid no Entorno do DF
PF investiga irregularidades no mandato do prefeito de Luziânia (GO), onde houve superfaturamento de 64% em contratos destinados à Covid
atualizado
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A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (5/4) uma operação com o objetivo de apurar o desvio de recursos repassados pela União para o município de Luziânia (GO), no Entorno do Distrito Federal, para o combate à Covid-19.
A ação, intitulada Últimos Atos, cumpre nove mandados de busca e apreensão em Luziânia e Goiânia.
Segundo a PF, a investigação aponta para irregularidades praticadas nos últimos dias do mandato do então prefeito da cidade, Cristóvão Tormin, em 2020. Os agentes suspeitam de ocorrência de fraudes no âmbito de dois contratos celebrados pelo Fundo Municipal de Saúde: um deles para a aquisição de 15 mil testes para Covid e o outro, para produção de vídeos institucionais relacionados às ações na pandemia.
A reportagem procura a defesa de Tormin. O espaço segue aberto para possíveis posicionamentos.
Dessa forma, constatou-se um superfaturamento de cerca de 64% ao contrato celebrado com uma empresa de Goiânia que seria a responsável pelo fornecimento dos testes.
Embora o município tenha feito o pagamento do valor total de R$ 1,95 milhão, houve a efetiva comprovação de entrega de apenas 3.850 testes, o que geraria uma obrigação de pagamento em favor da contratada de R$ 500 mil.
Por outro lado, o contrato para fins de produção de vídeos institucionais, também firmado junto a empresa de Goiânia, não chegou a ser executado. Não houve qualquer retorno social em contrapartida aos R$ 450 mil pagos pelo município.
Após provocada, a empresa chegou a apresentar sete vídeos que, supostamente, haviam sido produzidos para fins de cumprimento do objeto contratual. Após análises, de acordo com a PF, as peças publicitárias, aparentemente, decorrem de simples montagens e foram plagiadas de campanhas de outros entes federativos, tendo sido apenas os slogans alterados para o da Prefeitura de Luziânia.
Além do direcionamento das contratações e demais, há indícios de que parte dos referidos valores tenha sido utilizada para pagar vantagens indevidas em favor de agentes públicos.