PF deflagra operação contra desvio de R$ 6 mi da educação básica no RJ
A investigação aponta movimentação suspeita de mais de R$ 6 milhões. A responsável seria uma diretora de uma instituição na Rocinha (RJ)
atualizado
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A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (28/7), a Operação Desfralde com o fim de combater desvio de verbas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
A suspeita é a de que uma diretora de uma creche localizada na comunidade da Rocinha, Zona Sul do Rio, tenha desviado R$ 6.217.531.
Na ação, cerca de 30 policiais federais cumpriram dois mandados de prisão preventiva e um de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro. Todas em endereços localizados na Rocinha.
A investigação teve início em 2021, quando, a partir de informações repassadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), observou-se que a responsável pela creche teria movimentado a grande quantia de forma suspeita, entre 2018 e 2021. Parte dessa quantia, segundo a PF, era proveniente de programas federais de apoio à educação.
Além de figurar como principal beneficiária das transferências bancárias, de acordo com as investigações, a diretora da instituição realizou diversas movimentações em favor de seu companheiro e se utilizava dos valores para realizar viagens de lazer e compras de artigos completamente incompatíveis com o consumo de uma instituição de educação infantil como bebidas alcóolicas, cigarros, remédio para controle de colesterol, perfume importado e até composto natural para aumento de libido.
Suspeita-se, ainda, que a investigada tenha falsificado documentos com o fim de forjar o número de crianças atendidas pela instituição e garantir o aumento de repasses de verbas públicas.
Foi determinado, ainda, o sequestro do imóvel em que funciona a creche e seu uso pela Secretaria Municipal de Educação, que apoiou a investigação, de modo a não interromper o atendimento prestado às crianças da comunidade.
A diretora e o companheiro serão indiciados pelos crimes de peculato e estelionato majorado, cujas penas somadas podem chegar a 18 anos de reclusão.