PF deflagra ação contra prefeitura por esquema de caixa 2 e rachadinha
Com as provas apreendidas na ação, foi possível encontrar indícios da existência de organização criminosa voltada para o desvio de recursos
atualizado
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A Polícia Federal, deflagrou nesta quinta-feira (2/5) a Operação Coactum II, para apurar os crimes de inserção de declaração falsa em prestação de contas eleitorais, conhecido como caixa 2, organização criminosa e peculato, além de outros possíveis crimes contra a administração pública.
Na ação, policiais federais cumpriram cinco mandados de busca e apreensão na cidade de Bagé (RS) e três de busca pessoal, em cumprimento a decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS).
Foram apreendidos aparelhos celulares, documentos, moeda nacional e estrangeira em espécie totalizando aproximadamente R$ 50 mil, medicamentos introduzidos irregularmente em território nacional, além de diversas seringas supostamente desviadas da prefeitura local.
A ação decorre da Operação Coactum, deflagrada em junho do ano passado. Com os elementos arrecadados na operação, foi possível encontrar indícios da existência de organização criminosa voltada para o desvio, a partir da solicitação e exigência, por parte de agentes públicos ocupantes de cargos na prefeitura municipal de Bagé, de parcela do salário de servidores municipais comissionados ou com função gratificada, prática conhecida como “rachadinha”.
Contribuições forçadas
Segundo a investigação, os servidores eram obrigados a entregar parcela de sua remuneração, sob pena de exoneração. Os valores exigidos eram destinados para campanha eleitoral.
Com o aprofundamento da apuração, a Polícia Federal obteve indícios de que essa prática ocorre desde o ano de 2017 e que, mesmo após a deflagração da primeira fase da operação, os investigados deram seguimento ao esquema de recolhimento de contribuições forçadas.
A operação foi chamada de “Coactum”, referindo-se ao caráter compulsório da contribuição.