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PF: corrupção bancou Ferrari e Porsche para filho de servidora do Inep

O filho da ex-diretora do Instituto Nacional de Estudos Educacionais mora em São Paulo e circula em uma Mercedes. Veículo foi apreendido

atualizado

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Eunice de Oliveira Ferreira dos Santos
1 de 1 Eunice de Oliveira Ferreira dos Santos - Foto: Reprodução/Inep

Um dos alvos da Operação Bancarrota, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira (7/12) para desarticular esquema de corrupção envolvendo contratos milionários de gráficas que imprimiam provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), é a servidora do Instituto Nacional de Estudos Educacionais (Inep) Eunice de Oliveira Ferreira dos Santos. Em 2018, ela ocupava o cargo de diretora de Gestão e Planejamento do Instituto.

A coluna apurou que o filho de Eunice Santos chegou a comprar dois carros importados, uma Ferrari e uma Porsche Cayenne. Atualmente, ele mora em São Paulo e circula em uma Mercedes. O veículo foi apreendido.

A funcionária do Inep atua como agente administrativo no Inep e está cedida ao GDF desde junho de 2020. Ela recebe salário bruto de R$ 7.023,46.

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Instituto Nacional de Estudos Educacionais (Inep), vinculado ao Ministério da Educação e responsável pelo exame
Polícia Federal investiga fraude milionária
Os agentes cumpriram um dos mandados na Asa Norte, no Distrito Federal
Os agentes federais cumpriram um dos mandados de busca e apreensão na Asa Norte, no Distrito Federal
Polícia Federal
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Polícia Federal cumpre mandados no DF

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Instituto Nacional de Estudos Educacionais (Inep), vinculado ao Ministério da Educação e responsável pelo exame

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Polícia Federal investiga fraude milionária

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Os agentes cumpriram um dos mandados na Asa Norte, no Distrito Federal

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Os agentes federais cumpriram um dos mandados de busca e apreensão na Asa Norte, no Distrito Federal

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Polícia Federal faz operação contra fraude em contratos de gráficas do Enem

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Polícia Federal faz operação contra fraude em contratos de gráficas do Enem

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Caderno de provas do Enem de 2019

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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Eunice de Oliveira Ferreira dos Santos, do Inep

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A casa da servidora, na Asa Norte, também foi alvo de busca e apreensão. A suspeita é que ela tenha recebido R$ 5 milhões das empresas beneficiadas com o esquema de corrupção, configurando enriquecimento ilícito.

A coluna apurou que outro alvo da ação é Gerson Leão Passos. Ele atuou como fiscal dos contratos investigados, recebe salário bruto de R$ 7.235,57 e não exerce função de chefia.

As informações foram confirmadas junto ao Portal da Transparência e ao Diário Oficial da União (DOU).

Saiba o que faz o Inep e por que está envolvido em tantas polêmicas:

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O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Educação (MEC) fundada em 1937
O período de matrículas na EJA ocorre duas vezes ao ano
Em 1952, o educador baiano Anísio Teixeira assumiu o Inep. Na posse, disse o que pretendia: “Fundar, em bases científicas, a reconstrução educacional do Brasil”
Acidente que aconteceu em sala de aula
Em 1964, é realizado o primeiro Censo Escolar
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Agência Brasil
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O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Educação (MEC) fundada em 1937

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O período de matrículas na EJA ocorre duas vezes ao ano

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Em 1952, o educador baiano Anísio Teixeira assumiu o Inep. Na posse, disse o que pretendia: “Fundar, em bases científicas, a reconstrução educacional do Brasil”

Reprodução
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Acidente que aconteceu em sala de aula

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Em 1964, é realizado o primeiro Censo Escolar

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Caderno de provas do Enem de 2019

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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O Enem é a principal forma de acesso ao ensino superior, por meio do Sisu e do ProUni. Em 2021, mais de 3,1 milhões de candidatos se inscreveram para participar do exame

Divulgação/Sejus-DF
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O instituto também é responsável pela realização da Provinha Brasil, do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e o Censo Escolar

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Durante os dois anos de governo Bolsonaro, o Inep já teve 5 presidentes diferentes. Desde março de 2021, quem ocupa o cargo de chefia no Inep é o Danilo Dupas Ribeiro

Daniel Cardozo/Metrópoles
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Em carta aberta, sete ex-ministros da Educação afirmaram, em abril deste ano, que o instituto estaria “em perigo” no governo de Jair Bolsonaro

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Faltando menos de 20 dias para o Enem 2021, servidores do Inep realizaram protesto para acusar a direção do órgão por assédio moral e denunciar desmonte no instituto

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Às vésperas da realização do exame, mais de 36 coordenadores pediram exoneração de cargos comissionados. Os servidores alertaram que o Enem corria risco

Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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O ex-presidente Jair Bolsonaro

Michael Melo/Metrópoles
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Presidente Jair Bolsonaro

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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O Senado instaurou grupo de trabalho, em novembro, para apurar denúncias que colocam em suspeição o processo de realização do Enem e outros exames. O TCU também investiga

Geraldo Magela/Agência Senado
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A Polícia Federal (PF) deflagrou, em 7/12, Operação Bancarrota para apurar fraude de R$ 130 milhões em contratos de gráficas do Enem

Hugo Barreto/Metrópoles
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A PF apura, ainda, indícios de que uma empresa especializada em segurança digital cooptou um servidor do Inep por meio de viagens direcionadas ao turismo sexual

Agência Brasil
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De acordo com as investigações, a corrupção bancou Ferrari e Porsche para filho de Eunice de Oliveira, servidora do Inep

Reprodução/Inep
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Em 2014, a autarquia já havia sido alvo de investigações da PF após suposto vazamento da prova de redação do Enem antes do início da prova

Igo Estrela/Metrópoles
Operação Bancarrota

A PF apura suposto esquema de corrupção envolvendo contratos milionários de gráficas que imprimiam provas do Enem. Os agentes cumpriram um dos mandados na Asa Norte, no Distrito Federal.

A ação conta com a participação da Controladoria-Geral da União (CGU). Os investigados seriam servidores do Instituto Nacional de Estudos Educacionais (Inep), vinculado ao Ministério da Educação e responsável pelo exame.

São cumpridos 41 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, em São Paulo e no Rio de Janeiro, além de ter sido determinado pela Justiça Federal o sequestro de R$ 130 milhões das empresas e pessoas físicas envolvidas. Foram destacados 127 policiais federais e 13 auditores da CGU para o cumprimento das diligências.

Contratos

Entre 2010 e 2018, o Inep contratou para a realização do Enem, sem observar as normas de inexigibilidade de licitação, a multinacional R.R Donnelley. A empresa recebeu R$ 728.645.383,37 dos cofres públicos no período. Apurou-se o envolvimento de servidores do Inep com diretores da companhia.

Outro contrato suspeito foi firmado entre janeiro e fevereiro de 2019, com a falência da filial brasileira da multinacional. Servidores frustraram o caráter competitivo do pregão para beneficiar outra empresa, a Valid S.A, mediante a desclassificação das duas primeiras colocadas.

Houve também certificação irregular da beneficiada, por meio de auditores independentes que atuavam em favor da multinacional. Posteriormente, a nova empresa subcontratou as mesmas consultorias que prestaram serviços à antiga contratada. Os empresários receberam R$ 153 milhões para a realização do Enem em 2019.

Os contratos sob investigação totalizaram pagamento às empresas de R$ 880 milhões, desde 2010. Desse montante, estima-se que cerca de R$ 130 milhões foram superfaturados para fins de comissionamento da organização criminosa, que é composta por empresários, funcionários das empresas envolvidas e servidores públicos.

As apurações apontam para enriquecimento ilícito de R$ 5 milhões dos servidores do Inep suspeitos de participação no esquema criminoso.

Os envolvidos são suspeitos de envolvimento em organização criminosa, corrupção ativa e passiva, crimes da lei de licitações e lavagem de dinheiro, com penas que ultrapassam 20 anos de reclusão.

Em nota enviada após a publicação desta reportagem, a Valid S.A se manifestou e negou qualquer participação no esquema. Leia na íntegra:

A Valid informa que prestou o serviço de impressão da prova do ENEM em caráter emergencial no ano de 2019, a pedido do INEP e seguindo todos os ritos legais pertinentes, em decorrência da empresa vencedora da licitação em 2016 (RR Donnelly) ter entrado com pedido de falência e deixado de cumprir suas obrigações contratuais com a prova do ENEM.

A Valid, como participante deste certame e em virtude da desclassificação e/ou impossibilidade de prestação do serviço pelos vencedores deste certame, foi acionada pelo INEP para a prestação deste serviço nas mesmas condições contratuais do vencedor, conforme previsão na Lei 8666/93 – artigo 24, XI. O serviço da Valid na prova do ENEM foi prestado apenas no ano de 2019.

A Valid informa que cumpre estritamente as leis e regulações aplicáveis e está totalmente à disposição para continuar colaborando com a apuração dos fatos pelas autoridades competentes“.

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