PF: bando criava falsas famílias para enviar brasileiros aos EUA
A Justiça concedeu o bloqueio de mais de R$ 5 milhões das contas dos investigados, além de apreensão e arresto de veículos e imóveis
atualizado
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A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (22/3), a Operação Fake Family para combater crimes de promoção de migração ilegal nas cidades mineiras de Sardoá e Guanhães. A investigação teve origem em informações compartilhadas pela Polícia de Imigração dos Estados Unidos à PF.
Segundo a polícia brasileira, os criminosos teriam criado núcleos familiares inexistentes, utilizando falsificação de documentos públicos, com alteração de dados, como datas de nascimento e filiações, a fim de tentar facilitar o ingresso em solo estadunidense.
A criação de falsas famílias utilizava o golpe do “cai-cai” ao tentar ludibriar as autoridades de migração do país de destino, fazendo crer que se tratava de famílias verdadeiras a migrar acompanhadas de filhos menores de 18 anos.
As apurações apontam que a quadrilha também utilizava falsificações para viabilizar a viagem de menores desacompanhados ou sem a autorização dos pais.
Alguns pais e mães somente descobriam que os filhos haviam deixado o país após a migração ilegal, sem meios de revê-los ou visitá-los.
A Polícia Federal apurou ainda que diversos viajantes foram vítimas dos contrabandistas, entregando-se à exploração da migração ilegal para os Estados Unidos e falsificação de documentos.
A PF representou por quatro mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva, todos expedidos pela Justiça Federal de Governador Valadares e cumpridos em Sardoá e Guanhães.
Houve também a determinação de bloqueio de mais de R$ 5 milhões e de apreensão e arresto de diversos veículos, imóveis e valores em espécie.