PF apura se corpo em MG é de brasileiro morto por cartel mexicano
A vítima teria sido sequestrada por um grupo armado quando tentava viajar em direção aos EUA ilegalmente
atualizado
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A Polícia Federal (PF) vai fazer a exumação de um corpo enterrado no cemitério de Governador Valadares (MG). A vítima seria um brasileiro que tentava entrar nos Estados Unidos ilegalmente.
A ação é um pedido de Cooperação Jurídica Internacional feito pela Procuradoria-Geral da República do México ao Ministério Público Federal (MPF).
Será realizada, ainda, uma perícia em conjunto com equipe multidisciplinar enviada pelo México com a finalidade de confirmar a identidade e a causa da morte do corpo exumado.
Entenda o caso
Em agosto de 2010, autoridades estrangeiras encontraram 72 corpos no município de San Fernando, em Tamaulipas, no México. As vítimas seriam estrangeiros que tentavam chegar aos EUA. Os fatos foram relatados, à época, por um sobrevivente.
A testemunha disse que eles foram sequestrados por um grupo armado quando tentavam viajar em direção aos Estados Unidos. Os criminosos teriam oferecido trabalho como sicários, criminosos que atuam pelos carteis do México. Eles recusaram e foram mortos. Ainda segundo o depoimento, quatro brasileiros estavam entre as vítimas.
Segundo informações enviadas pela PF, houve confusão na entrega dos restos mortais à família de Minas Gerais. Em 2010, o corpo chegou às mãos dos familiares, em uma caixa fechada. Os parentes foram impedidos de reconhecer o cadáver por ordem das autoridades mexicanas.
Dessa forma, em 2013, foi solicitada por familiares a revisão da identificação do corpo. A demanda foi atendida pela comissão forense, que entregou o relatório, em 2019, ao Ministério Público e, posteriormente, à família, em 2021. No relatório, a Comissão diz “não contar com elementos suficientes para confirmar a identificação.”
“Sendo assim, a exumação servirá para que seja feita a comparação entre amostras biológicas coletadas dos restos mortais e aquelas fornecidas, voluntariamente, pelos parentes diretos para se chegar à conclusão da causa mortis“, acrescentou a PF.