PF abre inquérito para investigar fogo no Parque Nacional de Brasília
Segundo avaliação do ICMBio e do Ibram, há suspeita de que as chamas que atingiram a unidade tenham sido causadas por uma ação criminosa
atualizado
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A Polícia Federal (PF) vai investigar em um inquérito a origem do incêndio de grandes proporções no Parque Nacional de Brasília. As chamas atingiram a reserva ambiental e cobriram o Distrito Federal com fumaça entre a noite de domingo (15/9) e a manhã de segunda-feira (16/9).
Na avaliação do coordenador de manejo integrado do fogo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), João Morita, o incêndio foi possivelmente causado por ação criminosa e começou próximo à Granja do Torto, na área da Companhia Ambiental de Saneamento do DF (Caesb).
“A suspeita é que foi um incêndio criminoso mesmo. Alguém colocou de forma proposital”, afirmou o gestor público. As chamas atingiram a reserva ambiental de forma agressiva. “O incêndio teve uma propagação muito rápida, muito violenta, muito intensa”, afirmou Morita.
Veja:
O Brasília Ambiental (Ibram) compartilha da mesma suspeita. “O que está causando esse cenário são os incêndios criminosos, que ocorreram no dia de ontem na nossa capital”, comentou a instituição em nota enviada ao Metrópoles.
Tomado por fumaça e névoa seca, o DF amargou graves níveis de poluição. Segundo plataformas de monitoramento, a qualidade do ar chegou a patamares “perigosos” e péssimos”.
O incêndio de grandes proporções que destrói a vegetação e ameaça a fauna do Parque Nacional de Brasília provocou densa coluna de fumaça que, durante o domingo (15/9) e a manhã desta segunda-feira (16/9).
A fumaça alcançou uma área extensa, o que contribuiu para a diminuição da qualidade do ar na capital do país. Nesta manhã, o site de monitoramento desse cenário em tempo real da empresa suíça IQAir apontava o cenário no Distrito Federal como moderado, devido à concentração de micropartículas na atmosfera.
Ainda segundo o IQAir, a concentração de poluentes prejudiciais é cinco vezes maior do que o valor de referência anual para a qualidade do ar definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A exposição às partículas finas presente no ar pode causar, inclusive, consequências a curto e a longo prazo em caso de inalação.
Veja imagens da manhã desta segunda-feira (16/9):
Outro site de acompanhamento da situação da qualidade do ar, o AQICN.org revela que a situação do ar, às 8h30, chega aos níveis de “não saudável para grupos sensíveis” e “perigoso”, nível com possibilidade de gerar efeitos mais graves para a saúde de toda a população.
Confira:
As principais recomendações nesse caso são: evitar atividades físicas ao ar livre – especialmente para grupos sensíveis, como idosos, crianças e pessoas com comorbidades; manter janelas e portas fechadas, para evitar a entrada do ar poluído; usar máscaras do tipo PFF2, PFF3 ou N95 em ambientes externos; manter-se hidratado; e usar umidificadores e/ou, se possível, purificadores de ar.
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) foi acionado para combater o incêndio na unidade de conservação por volta das 11h20 de domingo (15/9). Além das chamas que assolam a unidade de conservação, o órgão atuou em 196 ocorrências desse tipo nos dois últimos dias.
Entre sábado (14/9) e domingo (15/9), o total da área queimada na capital do país chegou a 2.202,38 hectares (ha) – ou 3 mil campos de futebol. Em cerca de oito horas, o parque nacional perdeu cerca de 1,2 mil ha para o fogo, segundo o ICMBio – área equivalente a, aproximadamente, 1,6 mil campos de futebol.
Brasília sob fumaça
O Metrópoles percorreu algumas vias de Brasília nesta manhã. Além das queimadas registradas, o tempo seco contribuiu para a concentração da névoa, poeira e fuligem sobre o Distrito Federal. A situação dificulta a respiração da população, principalmente na região próxima ao parque nacional.
Além disso, em bairros como a Asa Norte, a visibilidade nas pistas era tão baixa que motoristas tiveram dificuldade para transitar nas primeiras horas desta segunda-feira (16/9).
Veja: