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PCDF vai compartilhar provas de operação contra Jair Renan com a PF

A PCDF cumpriu cinco mandados de busca e apreensão e dois de prisão em ação que apura lavagem de dinheiro

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Jair Renan Bolsonaro
1 de 1 Jair Renan Bolsonaro - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Elementos de prova colhidos na Operação Nexum, deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) na manhã desta quinta-feira (24/8), serão compartilhados com a Polícia Federal (PF).

A coluna apurou que logo após o cumprimento dos primeiros mandados de prisão e busca e apreensão na capital federal e em Santa Catarina, os chefes de ambas corporações, Robson Cândido e Andrei Rodrigues, respectivamente, falaram ao telefone e acertaram uma cooperação entre as forças.

A ação da PCDF apura esquema de fraude, estelionato e lavagem de dinheiro envolvendo Jair Renan, o filho “04” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Policiais cumpriram dois mandados de busca e apreensão em endereços de Jair Renan localizados no Sudoeste (DF) e em Balneária Camboriú (SC). Nos locais, os investigadores apreenderam um celular, HD e anotações de Jair Renan. A investigação é conduzida pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária (Dot/Decor).

No total, são cumpridos cinco mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva por crimes contra a fé pública e associação criminosa, além de crimes cometidos em prejuízo do erário do Distrito Federal.

O principal alvo da operação, no entanto, é Maciel Carvalho (foto abaixo), 41 anos. Ele foi empresário de Jair Renan e coleciona registros criminais por falsificação de documentos, estelionato, organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, uso de documento falso e disparo de arma de fogo. Outro alvo de mandado de prisão é Eduardo dos Santos, ele já era procurado pela polícia por uma ocorrência de homicídio.

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Maciel Carvalho sendo preso em sua casa, em Águas Claras, no DF
Policiais civis no endereço de Jair Renan em Santa Catarina
Policiais civis no endereço de Jair Renan no Sudoeste, no DF
Jair Renan é filho do ex-presidente Jair Bolsonaro
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Maciel Carvalho e Jair Renan

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Maciel Carvalho sendo preso em sua casa, em Águas Claras, no DF

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Policiais civis no endereço de Jair Renan em Santa Catarina

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Policiais civis no endereço de Jair Renan no Sudoeste, no DF

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Jair Renan é filho do ex-presidente Jair Bolsonaro

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Ex-assessor de Renan, Diego Pupe; um instrutor de tiro; e Jair Renan

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Ele foi o filho que menos visitou Bolsonaro no Planalto

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Jair Renan, filho "04" de Bolsonaro

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Jair Renan, nascido em 1998, é filho de Bolsonaro com uma das ex-esposa dele, Ana Cristina Siqueira Valle. Também conhecido como 04, é o quarto dos cinco descendentes do ex-presidente da República

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Neste ano, ele já foi alvo de duas operações da Polícia Civil do Distrito Federal: a primeira, a Succedere, da Dot/Decor, apurou a ocorrência de crimes tributários praticados por uma organização criminosa especializada em emissão ilícita de notas fiscais.

Outra operação, a Falso Coach, da Coordenação de Repressão ao Crime Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf), apurou o uso de documentos falsos para o registro e comércio de armas de fogo e a promoção de cursos e treinamentos de tiro por meio de uma empresa em nome de um “laranja”, tendo nesta ação policial sido preso em flagrante por posse irregular de arma de fogo.

A nova investigação deriva dos materiais apreendidos nas operações que revelaram um esquema de fraudes com crimes de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, com o objetivo final de blindar o patrimônio dos envolvidos.

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Filho de Bolsonaro é investigado pela PCDF

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Laranjas

A investigação apontou a existência de uma associação criminosa cuja estratégia para obter indevida vantagem econômica passa pela inserção de um terceiro, “testa de ferro” ou “laranja”, para se ocultar o verdadeiro proprietário das empresas de fachada ou empresas “fantasmas”, utilizadas pelo alvo principal e seus comparsas.

De acordo com os elementos de prova, o principal investigado e um de seus comparsas fizeram nascer a falsa pessoa de Antônio Amâncio Alves Mandarrari, cuja identidade foi usada para abertura de conta bancária e para figurar como proprietário de pessoas jurídicas na condição de “laranja”.

Os policiais civis ainda descobriram que os investigados forjam relações de faturamento e outros documentos das empresas investigadas, utilizando-se para isso de dados de contadores sem o consentimento destes, inserindo declarações falsas com o fim de alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante, bem como mantêm movimentações financeiras suspeitas entre si, inclusive com o possível envio de valores para o exterior.

Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Distrito Federal e em Santa Catarina. No DF, as ordens foram cumpridas em Águas Claras e no Sudoeste, em desfavor do alvo principal e dois comparsas, sendo um deles um “testa de ferro” usado pelo grupo para figurar como proprietário das empresas.

Também houve cumprimento de mandados na Asa Sul, em um mesmo endereço em que estão registradas uma empresa vinculada ao principal investigado e outra vinculada a um dos demais envolvidos, o qual também foi alvo de busca em sua residência localizada em Balneário Camboriú (SC).

Além disso, foi cumprido um mandado de prisão preventiva em desfavor do mentor do esquema. Outro investigado, Eduardo dos Santos, teve decretada sua prisão, porém encontra-se foragido e também é procurado por crime de homicídio ocorrido em Planaltina.

As diligências de hoje visam apreender bens e documentos especificamente relacionados aos fatos apurados no âmbito da investigação policial, bem como colher outros elementos de convicção relacionados aos investigados.

Operação Nexum

O nome da operação faz alusão ao antigo instituto contratual do direito romano, “nexum”, representando a passagem do dinheiro e transferência simbólica de direitos. A operação teve a participação de 35 policiais do Decor e da Divisão de Inteligência Policial da PCDF, bem como da Polícia Civil do Estado de Santa Catarina.

Os investigados são suspeitos dos crimes de falsidade ideológica, associação criminosa, estelionato, crimes contra a ordem tributária e lavagem de dinheiro.

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