PCDF prende grupo que fraudou certidão e “comprou” fazenda de R$ 15 mi
O esquema criminoso falsificou documentos de uma propriedade milionária da qual os verdadeiros donos são idosos em estado delicado de saúde
atualizado
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A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou uma operação, nas primeiras horas desta terça-feira (21/6), para desarticular um grupo criminoso especializado na falsificação e no uso de documentos forjados para simular a propriedade de fazendas milionárias em Goiás, uma delas avaliadas em cerca de R$ 15 milhões e outra em R$ 10 milhões. Um dos presos é o empresário José Fuscaldi Cesilio, mais conhecido como José Tatico, 81 anos, além de um dos filhos dele.
A Operação Looping 2, conduzida pela Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Ordem Tributária e a Fraudes (Corf), cumpriu oito mandados de prisão temporária e 11 de busca e a apreensão no Lago Sul, Vicente Pires, Águas Claras, Setor de Indústrias Gráficas (SIG), Guará, Gama, além dos municípios goianos de Padre Bernardo, Mimoso, Águas Lindas e Goiânia. Os policiais apreenderam documentos em um órgão público localizado do SIG.
Entre os alvos também estão um ex-tabelião (alvo da 1ª fase), um tabelião interino, o CEO de um escritório de advocacia do Lago Sul e outras três pessoas que ajudaram na fraude. A reportagem apurou que o CEO do escritório responde como autor de um termo circunstanciado por exercício ilegal de profissão. Ele teria se passado por advogado.
De acordo com as investigações, um antigo tabelião do cartório de notas e registro civil de Limeira (MG) havia falsificado documentos, entre eles uma certidão da Terracap, e invadido uma expressiva área pública que teria sido dada como garantia de empréstimo.
Fazenda de R$ 15 milhões
A partir de então, a PCDF mapeou a confecção das procurações falsas que outorgavam direitos fraudulentos sobre o terreno. O mesmo ex-tabelião, que chegou a ser afastado por irregularidades em 2015, havia feito outra procuração falsa, em 2016, em um cartório do DF. O objetivo era transferir uma segunda fazenda localizada na cidade de Mimoso (GO), pertencente a um espólio e avaliada em, aproximadamente, R$ 10 milhões.
Os investigadores apuraram que o esquema de falsificação lavrou uma terceira procuração com uso de documentos falsos na cidade de Dom Bosco (MG), relacionada a uma fazenda de R$ 15 milhões. O bando aproveitou-se do fato de os verdadeiros proprietários serem idosos com a saúde comprometida.
Na residência de um dos presos, os policiais apreenderam uma espingarda calibre .12 e dois revólveres calibre .38, razão pela qual acabou autuado em flagrante por posse ilegal de arma de fogo.
Durante a operação, em três casas, os investigadores recolheram R$ 346 mil.
Os envolvidos no crime responderão pelos crimes de falsidade ideológica, falsificação de documentos, uso de documentos falsos, esbulho processório e associação criminosa.
Outro lado
De acordo com nota encaminhada à coluna Janela Indiscreta, a assessoria de empresário do ramo varejista afirmou que “o Sr. Zé Tático sempre foi um idealizador, empreendedor e sempre lutou pelas coisas certas. E diante dessa operação o Sr. Zé foi mais uma vítima, assim como outros empresários que caíram no golpe”, disse.
Após prisão, empresário Tatico é solto e disse ter sido “uma vítima”
O texto segue dizendo que “quem o conhece e conhece sua história não tem dúvidas sobre seu caráter, sua firmeza e a transparência tanto de sua personalidade como de suas ações”.
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