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PCDF faz buscas contra suspeitos de vazar dados de pacientes com HIV

Em operação nesta semana, Polícia Civil apreendeu equipamentos informáticos dos suspeitos de vazar dados de pacientes cadastrados pelo SUS

atualizado

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1 de 1 Símbolo HIV - Metrópoles - Foto: iStock

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou operação para apurar o vazamentos de dados e a extorsão de pacientes diagnosticados com o vírus da imunodeficiência humana (HIV, na sigla em inglês). O caso foi revelado pelo Metrópoles, em junho último.

De posse das informações sigilosas, os criminosos denunciados chantagearam as vítimas em troca de dinheiro para não divulgar detalhes dos prontuários a conhecidos dos pacientes.

A operação policial, que teve teve caráter interestadual e recebeu o nome de Panaceia, ocorreu nessa quarta-feira (14/8), deflagrada pela Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) da PCDF.

Com apoio logístico e operacional da Divisão de Crimes Cibernéticos da Polícia Civil de São Paulo (DCCiber/Deic/PCSP), os investigadores cumpriram três mandados de busca e apreensão de equipamentos informáticos na capital paulistana e em áreas próximas. Todo o material será analisado pela Seção de Perícias de Informática do Instituto de Criminalística (IC) da PCDF.

As investigações da PCDF revelaram que os envolvidos integram uma associação cibercriminosa que invadia dispositivos informáticos para obtenção de dados médicos sigilosos de pessoas soropositivas cadastradas no Sistema Único de Saúde (SUS) e extorsão das vítimas.

Por meio de um terminal telefônico holandês, os bandidos exigiam a transferência de valores em criptomoedas Ethereum, em troca de não publicarem informações sobre o diagnóstico das vítimas nas mídias sociais dos próprios pacientes.

Os criminosos podem responder pelos delitos de invasão a dispositivo informático, discriminação contra pessoa com HIV, extorsão majorada e associação criminosa, cujas penas máximas, somadas, podem levar a 27 anos de prisão. As investigações policiais continuam.

Relatos de vítima

Ao menos três pessoas foram chantageadas pelos criminosos, segundo apuração da reportagem. Em junho, o Metrópoles entrevistou João (nome fictício), 40 anos, uma das vítimas.

Por volta das 16h30 de segunda-feira (17/6), ele recebeu uma mensagem pelo WhatsApp com uma ameaça. “Falaram meu nome de registro, afirmaram ter pego meus dados de paciente com HIV e cobraram R$ 1 mil para não vazar [os detalhes] para toda a minha família e vizinhança. As informações estavam certas. Mandaram mensagem com meu endereço e o nome da minha mãe”, detalhou.

Aflito, João se dirigiu ao Núcleo de Testagem e Aconselhamento (NTA), na Asa Sul. “Quando cheguei, fui informado de que era o segundo paciente a receber a mensagem no mesmo dia”.

Durante a conversa com servidores da unidade de saúde, a vítima ficou ainda mais assustada ao saber da possível dimensão do problema, pois o núcleo recebe cerca de 5 mil pacientes soropositivos. Na capital do país, o total atendido pelo SUS passa de 10 mil.

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