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Falso sequestro: PCDF desarticula quadrilha que dava golpes pelo país

Operação Rael ocorreu nesta 5ª feira, no DF, no Rio de Janeiro e em Santa Catarina. Policiais cumpriram 10 mandados de busca e apreensão

atualizado

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PCDF/Divulgação
Polícia Civil prende quadrilha que aplicava o "Golpe do Pix" no DF
1 de 1 Polícia Civil prende quadrilha que aplicava o "Golpe do Pix" no DF - Foto: PCDF/Divulgação

Equipes da 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Norte), com apoio das policias civis do Rio de Janeiro (PCERJ) e de Santa Catarina (PCSC), deflagraram a Operação Rael, na manhã desta quinta-feira (20/6), para desarticular uma organização criminosa que cometia extorsões por meio de golpes do falso sequestro.

A investigação começou em outubro de 2023, quando um idoso morador da QND, em Taguatinga, foi vítima da quadrilha e permaneceu no celular sob ameaça dos suspeitos por mais de 20 horas. Durante a ligação telefônica, os criminosos fingiam ter sequestrado o filho dele.

Na ocasião, um dos golpistas, de 33 anos, acabou preso em flagrante, depois de ir à casa da vítima buscar cartões bancários, joias e outros objetos de valor.

Em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) o investigado afirmou que os comparsas eram de outros estados e que só tinha contato com eles por meio da internet, para prestar contas e remeter objetos recolhidos a uma agência dos Correios no Rio de Janeiro.

Com o aprofundamento das investigações, a PCDF descobriu uma rede criminosa com diversos núcleos, liderada por três suspeitos com aprofundado conhecimento em informática e que se aproveitavam dessas habilidades para esconder os próprios rastros na internet.

Os líderes eram responsáveis pela compra de dados de potenciais alvos em “painéis” disponíveis na web e repassavam as informações a comparsas, para contato direto com as vítimas.

As ligações telefônicas eram feitas por presos recolhidos no regime semiaberto no estado do Rio de Janeiro, mais especificamente do Instituto Penal Plácido Sá Carvalho, que fica no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu.

Quando os presos conseguiam persuadir alguma vítima, eles repassavam as informações aos líderes, que mantinham grupos de “entregadores” no Distrito Federal e em mais 14 estados: São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Acre, Mato Grosso do Sul, Ceará, Bahia, Pernambuco e Espírito Santo.

As vítimas eram orientadas a colocar cartões bancários e objetos de valor em sacolas que seriam recolhidas pelos “entregadores”, responsáveis por fazer saques e transferências enquanto o alvo era mantido na linha telefônica sob ameaça dos presos.

Por fim, os entregadores levavam os objetos de valor e as joias a uma agência dos Correios em Niterói (RJ), onde os itens eram recolhidos pelos líderes da quadrilha.

Revenda de joias

O principal dirigente do grupo havia sido preso pela Polícia Civil de São Paulo (PCSP), dentro do Sistema Prisional do Rio de Janeiro, em 2007, enquanto extorquia vítimas de SP.

O criminoso, segundo a PCDF, especializou-se no golpe, aprendeu a ocultar os rastros na internet e criou uma empresa de revenda de joias para comercializar os objetos recolhidos das vítimas.

Em um dos grupos criados pelos golpistas, eles divulgavam um manual de como excluir rastros na web. Apesar de toda a sofisticação do esquema, e após apurações de alta complexidade, a polícia conseguiu identificar 10 integrantes do grupo, entre eles, os presos responsáveis pelas ligações, os “entregadores” do Distrito Federal e todos os líderes.

Após a conclusão das investigações, os líderes da organização criminosa tiveram as prisões preventivas decretadas pela 1ª Vara Criminal de Taguatinga, que também determinou o sequestro de valores e expediu 10 mandados de busca e apreensão, cumpridos nesta manhã em Santa Maria (DF), em Florianópolis (SC), em Angra dos Reis (RJ) e no Rio de Janeiro (RJ).

Os presos responderão pelos crimes de extorsão, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas podem levar a 31 anos de prisão. Os valores sequestrados por meio de mandado judicial serão revertidos para sanar o prejuízo das vítimas.

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