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PCC usava Churrascaria do Negão como QG e depósito de armas de guerra

Uso estratégico de “quartel-general” visava manter arsenal fora do radar das autoridades e garantir que PCC tivesse fácil acesso aos itens

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PCC usava Churrascaria do Negão como QG e depósito de armas de guerra
1 de 1 PCC usava Churrascaria do Negão como QG e depósito de armas de guerra - Foto: Reprodução

A Churrascaria do Negão, localizada no interior paulista e de propriedade de Gervasio Pereira de Souza, conhecido como “Negão”, era muito mais do que um simples restaurante. Recentemente, investigações mostraram que o estabelecimento servia como um ponto estratégico de apoio logístico para o Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das facções criminosas mais temidas do Brasil.

Apurações conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo (MPSP), revelaram que a churrascaria era usada como um depósito para armas de fogo, munições e drogas. A destinação estratégica visava manter o arsenal fora do radar das autoridades e garantir que o PCC tivesse fácil acesso aos itens.

As apurações destacam que Negão, a mando de líderes da facção como Fleques e Delvane Pereira Lacerda, armazenava e, em alguns casos, distribuía os materiais diretamente do restaurante.

Além de servir como depósito, a Churrascaria do Negão funcionava como ponto de encontro para integrantes da organização criminosa. Delvane e Elaine Souza Garcia, entre outros líderes, frequentavam o local para discutir planos e arquitetar crimes.

Ainda de acordo com as investigações, Otavio Alex Sandro Teodoro de Magalhães, fornecedor de armas do PCC, teria usado o estabelecimento para negociar e entregar armamento de guerra a faccionados.

Operação Baal

Nessa terça-feira (10/9), a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público de São Paulo (MPSP), por meio do Gaeco, deflagraram a segunda fase da Operação Baal. A força-tarefa ocorreu para desmantelar uma organização voltada ao cometimento de roubos nas modalidades “domínio de cidade” – com ações violentas em maior escala – e “novo cangaço” – cometidos por grupos fortemente armados.

A operação resultou na prisão de três investigados, inclusive um integrante de facção que estava foragido desde 2005. Durante a operação, os investigadores apreenderam armas de fogo, munições, roupas camufladas e outros itens usados em crimes ultraviolentos.

As apurações começaram após uma tentativa de roubo a uma base de valores em Confresa (MT), em abril de 2023. Após primeira fase da operação, em maio, 18 pessoas foram denunciadas, cada uma delas com possibilidade ser condenada a pagar R$ 5 milhões por danos morais à coletividade.

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