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Cérebros do PCC presos no DF: saiba quem são Barbará e Jatobá

Eles passam a cumprir pena na mesma cadeia que Marco Willians Hermas Camacho, o Marcola, apontado como o líder máximo do PCC

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Detentos do PCC no sistema penitenciário
1 de 1 Detentos do PCC no sistema penitenciário - Foto: Reprodução

Integrantes da chamada “velha guarda” do Primeiro Comando da Capital (PCC) e precursores da facção, dois dos mais perigosos mentores da maior organização criminosa do país, estão encarcerados na Penitenciária Federal de Brasília (PFBRa), o presídio mais seguro do Brasil. A coluna elaborou um perfil de Cláudio Barbará da Silva (na foto, à direita), 62 anos, e de Reginaldo do Nascimento, o Jatobá (à esquerda), 52. Eles deixaram a carceragem de segurança máxima em Mossoró (RN) e desembarcaram na capital da República nesta semana.

A dupla passa a cumprir pena na mesma cadeia que Marco Willians Hermas Camacho, o Marcola, apontado como o líder máximo da facção paulista. Ainda estão na unidade outros integrantes da cúpula do PCC, como Roberto Soriano, conhecido como Tiriça, e Abel Pacheco de Andrade, o Vida Loka.

Barbará começou a ganhar destaque no noticiário policial ainda em julho de 2001, quando figurou entre os líderes do PCC que participaram da fuga em massa da Casa de Detenção de São Paulo. Na ocasião, 106 detentos escaparam, entre eles 80 assaltantes, sete traficantes e cinco homicidas, além de líderes e integrantes da facção que teriam financiado o plano de fuga.

Captador financeiro

Até ser preso, Barbará era apontado pela polícia como um dos mentores do PCC, e teria como uma das principais funções captar dinheiro para a facção. Ele foi preso pela polícia paulista no fim de janeiro de 2001, caminhando desarmado pelas ruas do Rio de Janeiro, após ficar foragido da Justiça por quase dois anos. Não completou seis meses atrás das grades.

Barbará era investigado pela Polícia Federal por compor uma megaquadrilha de assaltantes, participar de crimes em quatro estados e faturar R$ 10 milhões, entre 1998 e 2000. O faccionado estava diretamente envolvido, de acordo com a polícia de São Paulo, com o roubo de R$ 1 milhão em joias da Caixa Econômica Federal de Ribeirão Preto, ocorrido nos anos 2000.

Outro detalhe curioso sobre a caminhada criminosa de Barbará remete a janeiro de 2013. Ele teve um telefonema interceptado pela inteligência policial no qual ele comentou que a facção tinha a intenção de comprar uma aeronave e blindá-la. Na conversa, o detento contou a um comparsa que a organização estava preparando um piloto e um copiloto para executar a missão.

Campo de treinamento

Em 9 de fevereiro de 2013, Barbará fez nova ligação. Conversou com um bandido e disse que um comparsa estava montando o campo de treinamento no Paraguai para cumprir a missão. Na época, o PCC estava com dificuldade para treinar pilotos em função da diferença entre os modelos de aeronaves.

Já Reginaldo do Nascimento, o Jatobá, teve um bilhete interceptado pela inteligência prisional. No manuscrito, o faccionado cobrava dos demais integrantes do PCC em outros estados o envio das pessoas selecionadas para o curso de explosivos que a facção pretendia realizar em São Paulo.

A ideia era dar instrução aos integrantes do bando criminoso para a confecção de bombas que seriam usadas em futuros atentados contra prédios públicos. Os bandidos deveriam estar prontos para quando o comando desse a ordem para agir.

“Salve do PCC”

Conforme a coluna revelou, as forças de segurança do país estão em alerta após informações de que a cúpula do PCC teria divulgado um “salve”, espécie de ordem para que todos os integrantes da facção espalhados pelo Brasil levantem todo o tipo de informação sobre servidores dos sistemas penitenciários estaduais.

Os faccionados teriam recebido duas datas estabelecidas pelos chefões para atacar os servidores da segurança pública: 28 de novembro e 3 de dezembro.

As informações circularam entre detentos encarcerados no Presídio do Distrito Federal I (PDF I), no Complexo Penitenciário da Papuda. Na última semana, em um documento sigiloso obtido pela coluna Na Mira, a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) destacou que policiais penais federais deveriam permanecer em alerta máximo, principalmente os lotados nos presídios de Campo Grande (MS) e de Brasília.

Já no sistema penitenciário do DF, na PDF I, os chamados “catatais”  gíria dos presos para identificar bilhetes escritos em pedaços de papel — falavam sobre o levantamento de dados envolvendo policiais penais de Brasília.

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