Parque nacional: bombeiros vivem rotina de exaustão no combate ao fogo
Relatos recebidos pela coluna Na Mira dão conta de que efetivo é composto por muitos alunos do Curso de Aperfeiçoamento de Praças do CBMDF
atualizado
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Mobilizados para controlar os incêndios em vegetação que devastam o Distrito Federal, bombeiros da capital do país têm enfrentado uma rotina exaustiva. Relatos recebidos pela coluna Na Mira entre essa segunda (16/9) e a terça-feira (17/9) dão conta de que os militares têm lidado com jornadas de mais de 12 horas, com descanso em locais improvisados. Alguns contam que estariam sem receber alimentação ou hidratação adequadas.
Os bombeiros detalharam que o efetivo é formado por muitos alunos do 30º Curso de Aperfeiçoamento de Praças (CAP 30). Além disso, os militares têm sido alocados fora dos prédios de apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), no Parque Nacional de Brasília, e dormido no chão ou em ônibus usados nas operações de combate ao fogo.
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Os militares disseram que “não houve revezamento adequado das equipes”, o que resulta em longas horas de trabalho sem descanso. Nesta quarta-feira (18/9), o CBMDF escalou mais de 2 mil militares para reforçar o combate às chamas.
No último domingo (15/9), por exemplo, um bombeiro sofreu queimaduras durante o combate aos incêndios no Parque Nacional de Brasília e precisou ser levado ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran) – referência no atendimento a queimados.
À coluna Na Mira o comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF), coronel Sandro Gomes, informou que a tropa enfrenta uma situação atípica, devido ao incêndio de grandes proporções, mas que os militares têm recebido assistência adequada com “marmitas, sobremesa, máquina de gelo, isotônico, equipamentos de segurança e sacos de dormir”.
Além disso, os plantões são intercalados com folgas no alojamento, para evitar a exaustão das equipes. Sobre o militar que se feriu, o comandante ressaltou que a corporação tem prestado assistência física e psicológica a ele.
Queimadas
Só nessa terça-feira (17/9), o Corpo de Bombeiros atendeu a 132 ocorrências de incêndios florestais no Distrito Federal. As queimadas registradas na data atingiram 891 hectares (ha) – equivalentes à área de 1,2 mil campos de futebol. E, até a manhã desta quarta-feira (18/9), os bombeiros haviam sido acionados para acompanhar mais 10 casos do tipo.
Os dados mais atualizados divulgados pelo CBMDF revelam que, de 1º de setembro até essa segunda-feira (16/9), mais de 6.302 ha – ou 8,8 mil campos de futebol – de vegetação sofreram com as queimadas.
Nesse período, os militares da corporação foram acionados para atender a 1.546 ocorrências. O momento mais crítico aconteceu no domingo (15/9), quando um incêndio de grandes proporções atingiu o Parque Nacional de Brasília. Só naquele dia, a área perdeu 1.722,79 ha da flora.
O Governo do Distrito Federal (GDF) informou que suspenderia as férias de todos os militares do CBMDF, os quais foram convocados para o combate ao incêndio que destrói o Parque Nacional de Brasília, também conhecido como Água Mineral.
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